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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Flashback: Fala de Dom Artur durante A Assembléia






Flashback: Fala de Dom Artur durante A Assembléia

A visão

Como já disse antes esta Seita foi fundada por um Presa de Prata, sim e sobre as bençãos do Tartaranho , Totem da Sabedoria da familia do Falcão de minha Tribo e especialmente da minha Casa Morada Impugnável para proteger. Encontrei O Mistério nesse local e tive uma visão. Outros que estavam comigo tiveram outras visões, mas disso trataremos numa outra assembléia. Vou contar para vocês o que vi, peço desculpas pois já contei essa narrativa antes, para acostuma-los com ela mas agora quero prestem a tenção e decorem o maximo possivel das minhas palavras dessa narrativa, em breve revelarei porque:
 “Uma Alcatéia de lobos corria pela tundra, crescendo em número e se espalhando por todo norte do oriente e além. No centro deles, estavam treze lobos brancos, cada um liderava um grupo de lobos cinzas e negros. Até que o céu rachou e uma estrela caiu, caindo na terra e fazendo tremores que se estenderam por quilômetros, jogando o solo ao ar. Das suas ruínas esfumaçadas, sombras se projetaram e asas gigantes se flexionaram. Uma harmonia horrível de rosnados irrompiam e os dragões se espalharam em todas as direções para tomar a terra para si. Florestas e vilas queimavam, pessoas e animais incinerados. Apenas os lobos permaneciam firmes, uivando uma convocação para todos os seus. A medida que os dragões avançavam, os lobos tomavam sua forma Crinos e se jogavam contra tais horrores. Eles morriam em ondas, mas para cada dez que caíam, um chegava até a besta e o atacava. Logo, algumas pequenas feridas cuspiram sangue na Terra e os dragões cavaram túneis profundos para escapar de seus algozes. Eles se esconderam e dormiram por eras, lentamente se recuperando de seus ferimentos.

  Os lobos não dormiram. Durante anos eles construíram selos espirituais sobre os túmulos-covis dos dragões, mantendo os monstros sonolentos, enterrando seus poderes de forma que eles não pudessem mais os ameaçar. Enquanto trabalhavam, eles negligenciaram seus deveres e os humanos se espalharam em todas as direções, construindo muito além do que deveriam. Quando os lobos finalmente perceberam o que havia acontecido, já era muito tarde. A era dos homens já havia chegado. Primeiro, eles tentaram aterrorizar os humanos, buscando a sua submissão. Quando os homens construíram castelos e arcos para manter os lobos à distância, eles resolveram que tinham que entrar, que tinham que dominar os humanos de dentro de suas próprias fortalezas.
Eles cruzaram com as linhagens dos reis, dos governadores hereditários e assim eles mesmos se tornaram reis. Todos os homens das Terras Natais seguiam as leis secretas dos lobos-que-andam-como-homens.
 E assim foi até a virada do último século, quando a perfídia dos homens mais uma vez ganhou força. Os lobos governantes se tornaram fracos, complacentes com seu poder, mais preocupados com suas próprias querelas do que com o estado do mundo. As massas humanas se ergueram contra eles e mataram seus Parentes que os governavam e até mesmo conseguiram matar alguns dos lobos-que-andavam-como-homens. Então, começaram uma caçada cruel contra todos os lobos, mesmos àqueles que não podiam tomar a forma humana. Os lobos que governavam caíram, seu poder esmagado. Antes que eles pudessem se unir e organizar, o mal despertou.
No norte Os dragões antigos, os Zmei, quebraram seus selos e mais uma vez andaram sobre a terra, sob a supervisão da Bruxa, conhecida como Baba Yaga, inimiga de todos os lobos. Um reino de tirania cobriu a terra como um lençol e os lobos tiveram que lutar pequenas batalhas em prol de sua própria sobrevivência, não uma guerra para decidir o destino da terra.
Isso mudou quando um dos Lobos do Passado retornou. Ele se agrupou a outro, um lindo lobo, de puro alvor, que ocupava as montanhas e começaram uma nova campanha selvagem e terrível contra os opressores do Oriente do Norte. Logo, com uma misteriosa e inesperada ajuda de Cadáveres, a Bruxa caiu, e seu império de medo a acompanhou. Agora, o sol brilha novamente sobre o Norte. Os espíritos despertaram e, novamente, andam sobre a terra depois de seu longo aprisionamento.
Aqui no  Sul no entanto, outros Dragões antigos chegaram por baixo da terra e influenciam com ardilosidade e inteligência a distância, sem serem detectados pelos Fera e os poucos Garou que aqui habitam, suas asas criaram uma Sombra de corrupção, depravação, ignorancia e medo cobriu toda Terra de norte a sul, governados por outra criatura, a exemplo da Bruxa do Norte, um desconhecido que muitos achavam ter perecido séculos atrás. Mas também quando a sombra chegou por ordem do desconhecido ao sul, ela encontrou uma poderosa luz dourada que vinha da fronte de um Lobo Pálido cercado de outros lobos negros, castanhos e cinzentos bem como alguns outros Metamorfos. E essa luz envolveu a tudo e todos erradicando a sombra de volta ao seu submundo fétido forçando os Dragões e o desconhecido a sairem de suas tocas e lutarem a Ultíssima Batalha. ”

Eu tive essa  visão por um motivo que não compreendi naquele dia, de fato “ O Ovo” , como vocês chamam nosso totem do caern me tirou das portas do Hanaro e, apesar de ter perdido meus ultimos irmãos Desgraçados , O Mistério me deu uma nova missão: Juntar Filhotes Perdidos, Cliaths machucados, Forsterns foragidos e Adren que perderam tudo e todos para cuidar e nutrir esse local e daqui partimos para Combater a Wyrm e juntar os Fera que quiserem nos seguir ou mesmo os que merecerem estar lado a lado conosco em favor de Gaia. 
Através de medição constante contemplei a visão e juntei com as lendas de minha Tribo e elas me trouxeram alguma esperança. Pois essa visão marca o retorno de um dos antigos lobos, assim como o Norte um Rei do Passado retornou, aqui também isso acontecerá. Esse Rei virá até nós, como previ. Provavelmente eu já estarei entre os meus ancestrais portanto eu preciso instruir e preparar esse Rei através de vocês e apenas vocês, pois ele não deve cair nas garras de nenhuma outra Casa pois ele ressucitará a dele mesmo. Preciso que o instruam a ser um Alfa, mas principalmente a ser o Presa de Prata que salvará nossas terras. Preciso que me ajudem a esculpir esse Rei.

Mitos da Criação

Existem vários mitos sobre a criação contados pelos Presas de Prata, mas aqueles do Norte Oriental são os mais antigos, cravados nas rochas das montanhas dos Urais. Eles são as histórias contadas por nossos mais antigos ancestrais e devem ser conhecidos por todos os Presas de Prata.


A Época Antes das Tribos
Não sei se todos aqui, mas todo Presa de Prata tem que saber: houve um tempo em que não existiam tribos, quando todos os Garou eram unidos em uma única Alcatéia. Mas ainda antes deste tempo, houve uma era na qual não existia Garou algum.
Neste tempo, apenas os totens representavam a vida e suas ações durante este tempo determinaram muitas das atitudes de seus filhos até os dias de hoje. Todos os Presas tem que conhecer por o conto do Lobo que salvou Gaia da Morte e a recompensa que Ela lhe deu, devolvendo-lhe a vida. Sua pelugem contém o Segredo da Morte, branco puro, pois o branco é a verdadeira cor da morte, como muitas culturas fora do ocidente sabem.
A Tribo dos Presas de Prata clama o Lobo da Morte como nosso ancestral, pois seu sangue é mais forte em nossas veias do que em qualquer outra linhagem. Alvidez de nossa pelugem simboliza a Pureza, a Ética, A Moral, O Compromisso com os Antepassados. Nós Presas também seguimos seu exemplo em liderar e agir onde outros renunciam seus deveres. Ensinem o Rei; provavelmente nenhum outro animal teria agido para salvar Gaia colocando em risco a própria vida exceto o Lobo. Se não há outra razão, apenas este sacrifício já seria o suficiente para insipirar aos Presas de Prata governar com responsabilidade e desapego sobre todos os outros lobos.
Mas há outras razões.

Ordenação dos Presas Como Aqueles Que Lideram
É dito por alguns que os humanos não são naturais deste mundo, que eles foram um sonho de Gaia, que receberam vida antes do tempo, um nascimento prematuro e por isso não são totalmente formados, sem pêlos, garras, presas ou qualquer outra coisa para viver na selva.
A Weaver teve pena deles e teceu suas mentes até que estivessem entre as criaturas mais espertas quando eles escolhiam usar tal esperteza, pois muitos deles não o faziam. Estes estavam entre os seres mais estúpidos, capazes de serem enganados até pelo mais tolo dentre os totens, o Macaco, aquele que dizem que dele descendem.
E o Macaco tem uma cauda, útil para o equilíbrio e para se segurar. Humanos nem sequer têm isso. Talvez eles fossem ainda mais próximos do progenitor do Macaco, o Gorila. E ainda assim, lhes faltava a força e os laços familiares do Gorila. Realmente, os humanos estavam entre as criaturas mais débeis. Não demorou muito para a Weaver se comover com eles.
Gaia se sentiu mal por Suas novas crianças, que haviam se arrastado para fora de Seu sonho antes que Ela pudesse acordar e dar vida à elas conscientemente e bem formadas. Por essa razão, humanos são chamados de os Apressados, por sua impaciência em nascerem adequadamente.
Gaia pediu que Seus filhos animais fossem até os humanos e lhes ensinassem como sobreviver sem garras e presas. Mas, como é típico, os outros animais encontraram desculpas para evitar seus deveres. A Águia clamou que estava muito ocupada fazendo belas formas nas nuvens para agradar
Gaia, por isso não tinha tempo para tocar a terra e conversar com os humanos. O Alce reclamou que os humanos não conseguiam ficar de pé e assim não podiam ouvir sua lição. Urso grunhiu que eles poderiam divagar por muito tempo enquanto ele dormia o Grande Sono e poderiam se esquecer do que ele ensinou enquanto estava acordado.
Quem, então, finalmente aceitou a tarefa de Gaia?
Quem foi altruísta o suficiente para fazer aquilo que os outros se negaram a fazer? O Lobo, claro. Bem, lobos, na verdade, pois o Lobo já havia concebido muitos filhos. Algumas alcatéias concordaram em ir até os humanos e lhes ensinar como sobreviver.
Mas claro, os humanos os temiam e fugiam sempre que viam os lobos se aproximando. Eles se escondiam em cavernas onde os lobos não podiam encontrá-los e encolhiam-se de medo quando os lobos se reuniam fora, uivando para que eles saíssem.
Agora, como era possível para os animais tempos atrás, lobos podiam usar diferentes formas, então, consultaram seu alfa e perceberam que deveriam tomar a forma humana se quisessem andar entre eles. E assim o fizeram. Eles aos poucos uniram-se aos humanos em suas cavernas e contaram muitas histórias e os trouxeram para fora, onde poderiam instruí-los sobre os nomes de outros seres, como por exemplo Castanha, Larva e até Batata, de quem poderiam se alimentar.
Por fim, depois de conseguirem a confiança dos humanos, eles os levaram para caçar. Alguns humanos já haviam utilizado a esperteza dada pela Weaver para construir facas e lanças rústicas. Embora essas coisas fossem estranhas para os lobos, eles as viram como substitutas aceitáveis para presas. Eles ensinaram os humanos a usar essas coisas para caçarem outros animais, e mais importante eles ensinaram como chamar os Animais Ancestrais e conseguir permissão para caçar.
Mas os humanos ainda eram fracos. Apenas em número eram fortes. Foi algo bom que eles aprenderam com os lobos, pois os lobos há muito sabiam o segredo de formar Alcatéias e trabalhar juntos contra a presa. Eles ensinaram esses segredos aos humanos, que por sua vez usaram isso para formar grupos de caça, e então famílias, e então tribos e ainda todas as culturas e civilizações.
Então, novamente, talvez não tenha sido uma boa idéia que seus primeiros instrutores fossem os lobos. Talvez o mundo fosse melhor se a Toupeira não tivesse recusado sua tarefa. Pois talvez os humanos fossem mais parecidos com os pequenos camundongos, tolamente desviando de passos de lagartos gigantes.

A Ira da Weaver

Bem, em pouco tempo, os humanos se tornaram mais ligados aos homens-lobo do que à Weaver. Isto, obviamente, não foi do agrado da Weaver, pois ela sempre foi ciumenta quanto a seus filhos adotivos e sempre foi difícil para ela gerar suas próprias crias. Ela amaldiçoou os homens-lobo, mantendo-os em suas formas hominídeas para sempre, privando-os de sua verdadeira forma.
Os homens-lobo uivaram em desespero e suplicaram à Gaia que desfizesse a maldição, mas Gaia, lamentavelmente, não poderia desfazer o trabalho da Weaver por Ela mesma. Mas Ela tinha uma irmã... Luna ouviu os lamentos dos homens-lobo e soube do sacrifício que eles fizeram. Ela veio até eles e contou sobre um modo de retomar suas formas, pois ela é a Transformadora, conhecendo bem sobre a arte de mudar de forma e se livrar da pele antiga.
Era uma solução cruel e dolorosa: os homens-lobo tinham que caçar os humanos e assim destruir tudo o que conseguiram de boa vontade. Somente revertendo seus ensinamentos e instaurando o medo nos humanos, eles poderiam desfazer a trapaça da Weaver e se tornar totalmente lobos novamente. Mas não era de uma mera caçada que precisavam: eles deveriam assassinar os líderes humanos, os alfas e betas das Alcatéias humanas, aqueles que conheciam melhor os modos dos homens-lobos.
E então, os homens-lobo se viraram contra os humanos, forçando-os para suas cavernas com suas próprias lanças e clavas. E eles caíram sobre os líderes humanos e os apunhalaram cruelmente.
Todos, menos um entre eles. Ela ergueu sua lança para atingir o homem humano por quem ela se apaixonara, mas não teve coragem de golpear seu corpo. Lágrimas caíram de seus olhos e ela jogou a lança fora. Ela abriu seus braços para abraçá-lo, mas ele fugiu dela. Ela soube então que nunca viveria feliz como um lobo e nunca mais viveria entre os humanos que ela quase matara. Ela pegou a lança e trespassou o próprio corpo, suas últimas palavras foram um uivo de dor e lamento.
Os outros passaram no teste de Luna; uma falhou. Por essa razão, apenas alguns dos fios do destino foram cortados. Luna declarou que cada homem-lobo teria de escolher uma forma para usar de agora em diante, além disso, em tempos de conflito, eles não poderiam usar nenhuma forma, ao invés disso usariam uma forma intermediária, uma forma de guerra e fúria, uma forma que provocaria o medo em todas as criaturas. Eles não eram mais lobos, mas também não eram humanos. Eles eram Garou.
Alguns escolheram tomar a forma de lobo de novo e voltaram para os de sua raça, mas eram estrangeiros de seu próprio povo, não parte de suas Alcatéias. Outros, lembrados de seu amor pelos humanos e o suicídio de seus companheiros de Alcatéia, escolheram a forma humana, mas também foram abandonados por seu novo povo. E enfim foram estabelecidas as raças dos Garou.
Sei que ficam tentados em contar suas versões tribais e o quanto elas diferem desta, com seus elitismos e absurdos, mas apenas se vocês realmente acreditarem e contarem aquilo que o Rei que está por vir precisa ouvir antes para poder liderar a Ultíssima Batalha então claro, contem o que mais quiserem.
Um fato tristemente mas interessante, vocês raramente vão encontrar impuros lendários entre os Presas de Prata. Nenhum antigo mito da criação ao menos, nenhum altamente considerado pela minha Tribo trata sobre eles. Talvez seja ai que vocês possam acrescentar após contarem o que ele precisa saber. Sei que Isso não explica os outros Metamorfos. Vocês perguntariam: “Se somente o Lobo fez o sacrifício para ensinar os humanos, como poderiam os outros animais mudarem de forma também?” Suspeito que deve haver um conto que explique isso, mas ele se perdeu. Talvez Gaia, em Seu ódio sobre os outros animais por terem recusado Seu pedido de ajudar os humanos, amaldiçoou seus filhos a se tornarem meio humanos.
Desta maneira, os Garou não estariam sozinhos, embora apenas eles tenham o direito de liderar os outros, pois apenas eles mereceram esse direito. 
Ai vocês poderiam dizer “Se é assim, como há tantas histórias diferentes? Não podem ser todas verdades”.  Eu respondo:  porque não? Não poderiam ser histórias diferentes situadas em terras diferentes, cada uma com suas próprias leis espirituais? Por que a criação de Gaia deve ser única e verdadeira em todos os lugares? Há  diferentes graus da Wyld, Weaver e Wyrm em todos os aspectos de Sua criação. Por que não pode haver diferentes leis ou natureza para diferentes lugares, todos dentro da mesma era? Apartir do momento que você aceita espiritualmente isso com mais facilidade ao se lembnrar que não havia Película naqueles dias, não havia barreira entre o mundo físico e espiritual — ambos tinham uma porção do outro em vários graus. Aqueles espíritos que eram muito importantes se tornaram as pedras, montanhas, árvores e os rios que conhecemos hoje. Aqueles que possuíam muito do lado espiritual não tinham filhos no mundo material e sua raça não é conhecida, xceto em lendas e fábulas.
Sentindo pena dos Garou e por eles terem provado sua fidelidade à Gaia, Luna escolheu entre eles os alfas e betas entre todas as Alcatéias, marcando-os com o Toque de Prata. Seu sopro destacou sua pelagem e seu brilho lunar o acendeu, criando uma luz na escuridão, um farol flamejante para todos os Garou. Estes foram os escolhidos de direito, Aqueles Que Lideram, segundo a Lenda.
Mas ela sussurrou a eles os termos de sua magia: eles só liderariam enquanto fossem corretos e, ainda, cada um só deveria governar por sete anos, depois disso deveriam se retirar e permitir que outro governasse em seu lugar ou então morrerem gloriosamente em batalha.
Parece um dogma muito severo que Luna colocou sobre os Presas. Apenas Sete anos?  Faz total sentido apenas se for visto de outra perspectiva, pois isso representa o tempo de vida...para um lobo. Contudo, os Garou vivem como os humanos, o que é muito mais. É um dogma severíssimo quando se mede em anos humanos. Os reis não estavam contentes em aceitar isso, então buscaram um aliado cujo poder poderia resolver isso.

O Decreto do Sol
Por muitos anos, os Presas aceitaram o fardo de Luna e governavam os Garou por apenas sete anos cada um. Desenvolveram rituais elaborados para as várias formas que o rei de sétimo ano fosse deposto no alvorecer do oitavo ano. Alguns eram desafios de combate, outros testes em jogos. Aos reis que fossem capazes de vencer esses desafios era permitido que reinassem por mais um ciclo lunar, o que depois, trazia outro desafio. Deste modo, alguns reis verdadeiramente grandiosos eram capazes de reinar por mais do que sete anos.
 O tempo chegava de alguma forma, quando até este perecia. A Wyrm cresceu forte e mandou muitos inimigos ao redor do mundo. Os Presas eram testados dolorosamente liderando várias Alcatéias Garou contra eles, algumas vezes até indo a lugares distantes de onde não voltavam facilmente.
Lembre-se, nessa era, ainda não havia tribos. Havia os Garou e seus líderes, os Presas de Prata, aqueles que foram Tocados por Luna para liderar. Estas longas viagens que as Alcatéias faziam espalharam os Garou pelo mundo. Muitas das batalhas resultaram na morte dos líderes que estavam sempre na linha de frente do combate, raramente lideravam lá de trás deixando as Alcatéias sem os alfas ordenados da Lua.
Alguns membros das Alcatéias que assumiam a liderança no lugar dos Presas mereciam o cargo, mas outros não. Foi um tempo trágico. Deste vácuo de liderança, as outras tribos foram criadas. Quem pode culpá-los? Eles tinham que sobreviver por seus esforços nas terras estrangeiras, longe da Pátria Mãe do Norte, sem  qualquer novo Presa de Prata para ser colocado no lugar dos líderes caídos. Até mesmo o melhor entre eles começou a acreditar que seus novos líderes eram melhores do que os Presas. Claro, isso só aconteceu por serem mais covardes e evitarem combater as criaturas da Wyrm que rastejavam pela Terra. Assim, seus companheiros de Alcatéia sobreviviam por mais tempo e mesmo assim não perceberam o verdadeiro custo de suas táticas militares covardes pelo mundo.
Mas eles convenceram a si mesmos de que eram mais bem sucedidos, que não precisavam dos Presas. Nesta época os que mais se aproveitaram disso deles foram os Senhores das Sombras, que confundiram liderança com esperteza. Aqueles que se mostravam mais capazes de mentir para seus irmãos e assim prolongar sua liderança, foram então considerados os mais capazes naqueles dias.
Então, essas outras tribos, algumas agora ressentidas com os Presas, convencidas pelas doces palavras dos covardes, não retiravam seus comandantes após os sete anos. Capazes de sustentarem-se no poder por muitos anos, essas tribos de fato tinham alguma vantagem sobre os Presas.
Enquanto isso acontecia, a Wyrm ficava mais forte, pois havia poucos Garou que tinham vontade de se opor às sementes da Wyrm, onde quer que elas viessem a aparecer. Eventualmente, essas sementes cresceram sorrateiramente sem que ninguém percebesse.
A própria Fera da Guerra andava livremente pela Terra e as outras tribos se arrepiavam de medo dela. Nem todas elas, saiba que os Crias de Fenris a combatiam ferozmente, assim como as Fúrias Negras e os Garras Vermelhas. Seus líderes, porém, embora corajosos, não eram tão sábios ou honrados quanto os Presas de Prata.
Eles venciam, mas tinham mais derrotas.
Os Presas de Prata arriscaram a segurança de seus lares para mandar mensageiros, líderes para tomar a liderança das Alcatéias e das outras tribos para levá-las a uma vitória verdadeira. Foi um sucesso e as outras tribos se curvavam e ofereciam suas gargantas aos Presas, mostrando submissão, reconhecendo os Lordes Brancos como os verdadeiros líderes entre os Garou.
Mas o custo foi terrível. Enquanto seus números eram baixos na Pátria Mãe, a Fera da Guerra atacou. Sorrateiramente sobre a terra, destruindo pedaços de floresta por onde passava. Mesmo hoje, a tundra se recusa a produzir tantas árvores como antes. Os Presas de Prata organizaram as forças que tinham, mas com tão poucos, não conseguiriam prevalecer por muito tempo.
Foi naquele tempo que um poderoso líder surgiu, o maior dos Presas de Prata até então, Arak Mamute-Corajoso. Foi sua, a ordem relutante de enviar membros de sua Casa para liderar outros em terras distantes, enfraquecendo suas próprias forças. Como destino, seu sétimo ano estava acabando. Nenhum de seus sucessores, entretanto, estava preparado para o mais terrível dos testes, expulsar a Fera da Guerra. E todos sabiam disso. Ninguém ia desafiá-lo, pois ninguém queria perder sua liderança em um dos momentos mais terríveis.
Ele resolveu continuar seu reinado, então ergueu sua espada de pedra, ligada a três espíritos da guerra e foi adiante com sua Alcatéia, confrontar a própria Fera. Assim que se aproximavam do campo de batalha, uma tundra onde a Fera havia parado a marcha, o sol nasceu no horizonte. Porém, antes do manto da noite se esvair totalmente, um raio azul caiu dos céus, da região de onde a lua fora dormir após a tarefa da noite estar completa. Um Luno apareceu diante do grupo de guerra e se dirigiu ao rei.
“Lembre da imposição de Luna, ó rei dos Presas de Prata,” ele disse. “Você deve renunciar e deixar outro assumir seu posto.”
Arak grunhiu em fúria e dirigiu suas garras até onde julgou ser o meio do Luno, mas ele desapareceu como se a luz do dia o atravessasse. Ele ordenou que seus companheiros de Alcatéia fossem em frente, mas eles hesitaram. Eles temiam quebrar o decreto de Luna, ainda mais agora que um mensageiro dela viera alertá-los.
Arak percebeu isso, sem o apoio total deles, a batalha seria pior para eles. Sua visão aguçada então captou um movimento no céu acima deles. Era um falcão, sobrevoando sobre eles em círculos, agradecendo ao Sol, seu senhor Celestino.
“Olá!” Arak o chamou. “Lorde Falcão! Como você governa os céus toda manhã sem que ninguém questione seu comando ou o deponha depois de sete anos?”
O falcão mergulhou e pousou sobre um galho próximo, encarando Arak com certa curiosidade. “Eu governo o céu sob ordens do meu senhor, Hélios, Imperador do Dia e Lorde da Luz. As ordens deles são eternas e sem questionamento. Embora ele negue sua graça ao mundo por algumas horas para que a noite possa vir, ele faz isso apenas porque Gaia pediu a ele. Ele é um senhor cheio de graça e misericórdia.”
“E como alguém ganha sua benção?” disse Arak.
O falcão abaixou a cabeça, mais curioso agora. “Os mortais não podem se aproximar dele, pois seu fogo é muito quente e poderiam ser queimados até os ossos se ao menos entrassem em seu palácio. Você deve chegar até ele por meio de um de seus escolhidos, um servo assim como eu. Mas porque me pergunta isso, lobo-metamorfo? Sua Senhora é Luna. Por sua graça você pode mudar de forma e libertar seu ódio contra seus inimigos.”
“Nossa Dama é irracional e irregular,” disse Arak. Seus companheiros de Alcatéia prenderam o fôlego ao ouvi-lo dizer tais blasfêmias, mas ele continuou. “Ela nos permite governar, mas apenas por sete anos cada um. E ainda, as outras tribos, as quais nunca carregaram seu Toque, podem governar por quanto tempo conseguirem manter-se no trono. E os humanos vivem ainda mais, passando o comando àqueles que são de sua linhagem.”
“Humanos fazem isso apenas graças a Hélios,” disse o falcão. “Eles apelam ao meu senhor com preces e com o tempo, ele responde. É o desejo dele que seus governantes sejam consistentes e imutáveis. Embora ele não possa tirar a morte do caminho deles, ele pode ordenar que continuem governando pela sua linhagem familiar.”
“Se eu jurar a você minha lealdade e de toda minha tribo, ó falcão, seu Senhor poderia me garantir o mesmo? Um reinado duradouro?”
O falcão ficou em silêncio por um tempo, como se estivesse ponderando as consequências de tal pedido. Suas penas começaram a brilhar, como se iluminassem de dentro e seus olhos ficaram mais afiados. Todos os Garou fitaram-no concentrados, pois sabiam que ele não era mais apenas um falcão, mas fora tomado pelo Falcão, o Animal Ancestral daquela raça. Ele disse: “Você é sábio, rei dos lobos-metamorfos. Ninguém antes havia pensado em fazer isso. Hélios não teria deliberadamente se intrometido sobre o reino de Luna sem ser pedido, mas uma vez que você tenha pedido, eu vou concedê-lo. Se você jurar a lealdade de sua tribo a mim então, através de mim, Hélios ordenará sua realeza por quanto tempo você viver. Mas meu Senhor não pode desfazer o que você é: você ainda deve seguir as leis que foram colocadas para sua raça. Se alguém de sua raça desafiar sua liderança, através de suas próprias leis para tal, então, se ele vencer, ele será o rei por direito, até que ele seja também desafiado. Mas pelo decreto de meu Senhor, nenhum tipo de desafio de agora em diante será requisitado depois de sete anos de liderança.”
“Sendo assim, eu juro,” disse Arak. “Eu entrego meu espírito e toda minha tribo a ti, grande e honorável Falcão, que seu poder agora nos poupe das leis insanas de Luna e me permita liderar meu povo contra a Wyrm.”
“Que assim seja!” Falcão gritou e abriu as asas, lançando-se no ar. Ele circundou sobre eles, intensamente, até que parecesse que ele tivesse desenhado um circulo de luz no céu, ígneo e chamuscado: o alvorecer tinha chegado.
Arak uivou um grito de batalha e se dirigiu até o campo. Sua Alcatéia e seguidores uivaram também, assustadoramente com o novo poder que sua tribo havia recebido. Nada poderia se manter no caminho deles agora. Destemidos, eles correram em direção da guerra.
Então, os Presas de Prata adotaram a forma humana de liderança, ordenados pelo Sol, esquecendo mais de sua forma lupina originalmente dada a eles pela própria Luna. Mas não pense que eles se esqueceram de Luna. Não, pois eles ofereciam suas vitórias a ela e uivavam suas histórias para ela toda noite, assim ela não estaria sozinha em sua vigília pelo céu. Muitas histórias contam como eles a resgataram, anos depois, de muitos servos da Wyrm. Ela estava orgulhosa dos filhos de sua irmã, agora crescidos e se mantendo sozinhos.
Os Presas feriram a criatura, que era uma manifestação da Fera da Guerra, que se arrastou pra longe e mais tarde foi morta por outros Garou; Fúrias Negras, creio eu. O fato de fazer a promessa ao Falcão e a lealdade de nossa tribo ao totem. É a chave para continuarmos governando a Nação Garou. Nós somos ordenados por ambos, Sol e Lua, algo que nenhuma outra tribo possui e inspirados por isso outras Tribos podem combater melhor nosso Inimigo. Oh, claro, todos vocês desejam achar que seus totens lhes dão grandes poderes,  e de fato o fazem  mas, por Gaia, seus poderes podem ser incríveis, mas além da compreensão é o poder dos Celestinos.
Arak Mamute-Corajoso que montou o Grande Serpe foi um grande rei e um mestre em táticas. Morreu em batalha, mas não antes de liderar muitos  deles contra a criatura, tudo planejado minuciosamente. Que ele nos abençoe-o com sua sabedoria. Com os Garou, não é uma questão apenas de morrer e sim o modo como ele viveu sua vida. Todos os Garou morrem; é o que eles fizeram em vida que é importante. Arak conquistou algo grandioso para minha tribo. Sem a benção do Falcão e a intervenção de Hélios, era duvidoso que pudéssemos sobreviver aos desafios de liderança de nossa tribo, outros líderes poderiam governar por muito mais tempo que nos era permitido. “Por que apenas não ignoraram a ordem de Luna? O que ela poderia ter feito?” vocês perguntariam, eu respondo que não sei qual poderia ser a reação dela, mas as suas outras tribos saberiam e nosso direito de realeza  sagrada seria ignorado. Nós poderíamos não ter, hoje, a liderança sobre os outros — não importa o quão pouco possa ser reconhecido — sem tais pactos sagrados. É o que nos faz diferente, aptos a reinar para os outros e com os outros. 

O Retorno de Arak
Nós Presas de Prata lembramos desse tipo de coisa, mesmo se muitos deles já tenham esquecido. Preciso que vocês, meus protegidos, meus aliados, meus amigos, passem isso pois Arak irá voltar. Sim, Arak estará entre vós e preciso que essas palavras despertem suas lembranças, foi o que o Mistério me revelou! E preciso que essa narrativa encontre as néovas do tempo em sua mente e as dissipem com o poder de sua propria lenda e assim o Rei que compactou com Hélios para apasiguar Luna volte a brilhar agora no Sul. Somente com essa narrativa completa revelada para o Rei que irá ressurgir ele conseguirar se lembrar do Segredo da Realeza e restaurar-se completamente, apenas com vocês ele conseguirá retornar e trazer consigo sua Casa. E para que que ele se levante ao lado de vocês como Alfa entre Lobos e Feras contra os Dragões do Submundo e o Desconhecido. Conto com vocês, meus filhos. 


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