Flashback: Fala de Dom Artur durante A
Assembléia
A visão
Como já disse antes esta
Seita foi fundada por um Presa de Prata, sim e sobre as bençãos do Tartaranho ,
Totem
da Sabedoria da familia do Falcão de minha Tribo e especialmente da minha Casa Morada
Impugnável para proteger. Encontrei O Mistério nesse local e tive uma visão.
Outros que estavam comigo tiveram outras visões, mas disso trataremos numa
outra assembléia. Vou contar para vocês o que vi, peço desculpas pois já contei
essa narrativa antes, para acostuma-los com ela mas agora quero prestem a
tenção e decorem o maximo possivel das minhas palavras dessa narrativa, em
breve revelarei porque:
“Uma Alcatéia de lobos
corria pela tundra, crescendo em número e se espalhando por todo norte do oriente
e além. No centro deles, estavam treze lobos brancos, cada um liderava um grupo
de lobos cinzas e negros. Até que o céu rachou e uma estrela caiu, caindo na
terra e fazendo tremores que se estenderam por quilômetros, jogando o solo ao
ar. Das suas ruínas esfumaçadas, sombras se projetaram e asas gigantes se
flexionaram. Uma harmonia horrível de rosnados irrompiam e os dragões se espalharam
em todas as direções para tomar a terra para si. Florestas e vilas queimavam,
pessoas e animais incinerados. Apenas os lobos permaneciam firmes, uivando uma
convocação para todos os seus. A medida que os dragões avançavam, os lobos
tomavam sua forma Crinos e se jogavam contra tais horrores. Eles morriam em
ondas, mas para cada dez que caíam, um chegava até a besta e o atacava. Logo,
algumas pequenas feridas cuspiram sangue na Terra e os dragões cavaram túneis profundos
para escapar de seus algozes. Eles se esconderam e dormiram por eras,
lentamente se recuperando de seus ferimentos.
Os lobos não dormiram. Durante anos eles construíram
selos espirituais sobre os túmulos-covis dos dragões, mantendo os monstros
sonolentos, enterrando seus poderes de forma que eles não pudessem mais os ameaçar.
Enquanto trabalhavam, eles negligenciaram seus deveres e os humanos se
espalharam em todas as direções, construindo muito além do que deveriam. Quando
os lobos finalmente perceberam o que havia acontecido, já era muito tarde. A
era dos homens já havia chegado. Primeiro, eles tentaram aterrorizar os humanos,
buscando a sua submissão. Quando os homens construíram castelos e arcos para
manter os lobos à distância, eles resolveram que tinham que entrar, que tinham
que dominar os humanos de dentro de suas próprias fortalezas.
Eles cruzaram com as
linhagens dos reis, dos governadores hereditários e assim eles mesmos se tornaram
reis. Todos os homens das Terras Natais seguiam as leis secretas dos
lobos-que-andam-como-homens.
E assim foi até a virada do
último século, quando a perfídia dos homens mais uma vez ganhou força. Os lobos
governantes se tornaram fracos, complacentes com seu poder, mais preocupados
com suas próprias querelas do que com o estado do mundo. As massas humanas se ergueram
contra eles e mataram seus Parentes que os governavam e até mesmo conseguiram
matar alguns dos lobos-que-andavam-como-homens. Então, começaram uma caçada
cruel contra todos os lobos, mesmos àqueles que não podiam tomar a forma
humana. Os lobos que governavam caíram, seu poder esmagado. Antes que eles pudessem
se unir e organizar, o mal despertou.
No norte Os dragões antigos,
os Zmei, quebraram seus selos e mais
uma vez andaram sobre a terra, sob a supervisão da Bruxa, conhecida como Baba Yaga, inimiga de todos os lobos. Um
reino de tirania cobriu a terra como um lençol e os lobos tiveram que lutar
pequenas batalhas em prol de sua própria sobrevivência, não uma guerra para
decidir o destino da terra.
Isso mudou quando um dos
Lobos do Passado retornou. Ele se agrupou a outro, um lindo lobo, de puro
alvor, que ocupava as montanhas e começaram uma nova campanha selvagem e
terrível contra os opressores do Oriente do Norte. Logo, com uma misteriosa e
inesperada ajuda de Cadáveres, a Bruxa caiu, e seu império de medo a
acompanhou. Agora, o sol brilha novamente sobre o Norte. Os espíritos
despertaram e, novamente, andam sobre a terra depois de seu longo
aprisionamento.
Aqui no Sul no entanto, outros Dragões antigos
chegaram por baixo da terra e influenciam com ardilosidade e inteligência a
distância, sem serem detectados pelos Fera e os poucos Garou que aqui habitam,
suas asas criaram uma Sombra de corrupção, depravação, ignorancia e medo cobriu
toda Terra de norte a sul, governados por outra criatura, a exemplo da Bruxa do
Norte, um desconhecido que muitos achavam ter perecido séculos atrás. Mas também
quando a sombra chegou por ordem do desconhecido ao sul, ela encontrou uma
poderosa luz dourada que vinha da fronte de um Lobo Pálido cercado de outros
lobos negros, castanhos e cinzentos bem como alguns outros Metamorfos. E essa
luz envolveu a tudo e todos erradicando a sombra de volta ao seu submundo
fétido forçando os Dragões e o desconhecido a sairem de suas tocas e lutarem a
Ultíssima Batalha. ”
Eu tive essa visão por um motivo que não compreendi naquele
dia, de fato “ O Ovo” , como vocês chamam nosso totem do caern me tirou das
portas do Hanaro e, apesar de ter perdido meus ultimos irmãos Desgraçados , O
Mistério me deu uma nova missão: Juntar Filhotes Perdidos, Cliaths machucados,
Forsterns foragidos e Adren que perderam tudo e todos para cuidar e nutrir esse
local e daqui partimos para Combater a Wyrm e juntar os Fera que quiserem nos
seguir ou mesmo os que merecerem estar lado a lado conosco em favor de Gaia.
Através de medição constante
contemplei a visão e juntei com as lendas de minha Tribo e elas me trouxeram
alguma esperança. Pois essa visão marca o retorno de um dos antigos lobos,
assim como o Norte um Rei do Passado retornou, aqui também isso acontecerá.
Esse Rei virá até nós, como previ. Provavelmente eu já estarei entre os meus
ancestrais portanto eu preciso instruir e preparar esse Rei através de vocês e
apenas vocês, pois ele não deve cair nas garras de nenhuma outra Casa pois ele
ressucitará a dele mesmo. Preciso que o instruam a ser um Alfa, mas
principalmente a ser o Presa de Prata que salvará nossas terras. Preciso que me
ajudem a esculpir esse Rei.
Mitos da Criação
Existem vários mitos sobre a criação contados pelos
Presas de Prata, mas aqueles do Norte Oriental são os mais antigos, cravados
nas rochas das montanhas dos Urais. Eles são as histórias contadas por nossos
mais antigos ancestrais e devem ser conhecidos por todos os Presas de Prata.
A Época Antes das Tribos
Não sei se todos aqui, mas
todo Presa de Prata tem que saber: houve um tempo em que não existiam tribos,
quando todos os Garou eram unidos em uma única Alcatéia. Mas ainda antes deste
tempo, houve uma era na qual não existia Garou algum.
Neste tempo, apenas os
totens representavam a vida e suas ações durante este tempo determinaram muitas
das atitudes de seus filhos até os dias de hoje. Todos os Presas tem que
conhecer por o conto do Lobo que salvou Gaia da Morte e a recompensa que Ela
lhe deu, devolvendo-lhe a vida. Sua pelugem contém o Segredo da Morte, branco
puro, pois o branco é a verdadeira cor da morte, como muitas culturas fora do
ocidente sabem.
A Tribo dos Presas de Prata
clama o Lobo da Morte como nosso ancestral, pois seu sangue é mais forte em nossas
veias do que em qualquer outra linhagem. Alvidez de nossa pelugem simboliza a
Pureza, a Ética, A Moral, O Compromisso com os Antepassados. Nós Presas também seguimos
seu exemplo em liderar e agir onde outros renunciam seus deveres. Ensinem o
Rei; provavelmente nenhum outro animal teria agido para salvar Gaia colocando
em risco a própria vida — exceto o Lobo. Se não há outra razão, apenas
este sacrifício já seria o suficiente para insipirar aos Presas de Prata
governar com responsabilidade e desapego sobre todos os outros lobos.
Mas há outras razões.
Ordenação dos Presas Como Aqueles Que Lideram
É dito por alguns que os
humanos não são naturais deste mundo, que eles foram um sonho de Gaia, que receberam
vida antes do tempo, um nascimento prematuro e por isso não são totalmente
formados, sem pêlos, garras, presas ou qualquer outra coisa para viver na selva.
A Weaver teve pena deles e teceu suas mentes até que estivessem entre
as criaturas mais espertas — quando eles escolhiam usar tal esperteza,
pois muitos deles não o faziam. Estes estavam entre os seres mais estúpidos, capazes
de serem enganados até pelo mais tolo dentre os totens, o Macaco, aquele que
dizem que dele descendem.
E o Macaco tem uma cauda,
útil para o equilíbrio e para se segurar. Humanos nem sequer têm isso. Talvez eles
fossem ainda mais próximos do progenitor do Macaco, o Gorila. E ainda assim,
lhes faltava a força e os laços familiares do Gorila. Realmente, os humanos estavam
entre as criaturas mais débeis. Não demorou muito para a Weaver se comover com eles.
Gaia se sentiu mal por Suas
novas crianças, que haviam se arrastado para fora de Seu sonho antes que Ela pudesse
acordar e dar vida à elas conscientemente e bem formadas. Por essa razão,
humanos são chamados de os Apressados, por sua impaciência em nascerem adequadamente.
Gaia pediu que Seus filhos
animais fossem até os humanos e lhes ensinassem como sobreviver sem garras e presas.
Mas, como é típico, os outros animais encontraram desculpas para evitar seus
deveres. A Águia clamou que estava muito ocupada fazendo belas formas nas
nuvens para agradar
Gaia, por isso não tinha tempo para tocar a terra e
conversar com os humanos. O Alce reclamou que os humanos não conseguiam ficar
de pé e assim não podiam ouvir sua lição. Urso grunhiu que eles poderiam
divagar por muito tempo enquanto ele dormia o Grande Sono e poderiam se
esquecer do que ele ensinou enquanto estava acordado.
Quem, então, finalmente
aceitou a tarefa de Gaia?
Quem foi altruísta o
suficiente para fazer aquilo que os outros se negaram a fazer? O Lobo, claro.
Bem, lobos, na verdade, pois o Lobo já havia concebido muitos
filhos. Algumas alcatéias concordaram em ir até os humanos e lhes ensinar como
sobreviver.
Mas claro, os humanos os
temiam e fugiam sempre que viam os lobos se aproximando. Eles se escondiam em cavernas
onde os lobos não podiam encontrá-los e encolhiam-se de medo quando os lobos se
reuniam fora, uivando para que eles saíssem.
Agora, como era possível
para os animais tempos atrás, lobos podiam usar diferentes formas, então, consultaram
seu alfa e perceberam que deveriam tomar a forma humana se quisessem andar
entre eles. E assim o fizeram. Eles aos poucos uniram-se aos humanos em suas cavernas
e contaram muitas histórias e os trouxeram para fora, onde poderiam instruí-los
sobre os nomes de outros seres, como por exemplo Castanha, Larva e até Batata, de
quem poderiam se alimentar.
Por fim, depois de conseguirem
a confiança dos humanos, eles os levaram para caçar. Alguns humanos já haviam
utilizado a esperteza dada pela Weaver para construir facas e lanças rústicas.
Embora essas coisas fossem estranhas para os lobos, eles as viram como substitutas
aceitáveis para presas. Eles ensinaram os humanos a usar essas coisas para
caçarem outros animais, e — mais importante — eles ensinaram como
chamar os Animais Ancestrais e conseguir permissão para caçar.
Mas os humanos ainda eram
fracos. Apenas em número eram fortes. Foi algo bom que eles aprenderam com os
lobos, pois os lobos há muito sabiam o segredo de formar Alcatéias e trabalhar
juntos contra a presa. Eles ensinaram esses segredos aos humanos, que por sua
vez usaram isso para formar grupos de caça, e então famílias, e então tribos e
ainda todas as culturas e civilizações.
Então, novamente, talvez não
tenha sido uma boa idéia que seus primeiros instrutores fossem os lobos. Talvez
o mundo fosse melhor se a Toupeira não tivesse recusado sua tarefa. Pois talvez
os humanos fossem mais parecidos com os pequenos camundongos, tolamente desviando
de passos de lagartos gigantes.
A Ira da Weaver
Bem, em pouco tempo, os
humanos se tornaram mais ligados aos homens-lobo do que à Weaver. Isto, obviamente,
não foi do agrado da Weaver, pois ela sempre foi ciumenta quanto a seus filhos
adotivos e sempre foi difícil para ela gerar suas próprias crias. Ela amaldiçoou
os homens-lobo, mantendo-os em suas formas hominídeas para sempre, privando-os
de sua verdadeira forma.
Os homens-lobo uivaram em
desespero e suplicaram à Gaia que desfizesse a maldição, mas Gaia, lamentavelmente,
não poderia desfazer o trabalho da Weaver por Ela mesma. Mas Ela tinha uma
irmã... Luna ouviu os lamentos dos homens-lobo e soube do sacrifício que eles
fizeram. Ela veio até eles e contou sobre um modo de retomar suas formas, pois
ela é a Transformadora, conhecendo bem sobre a arte de mudar de forma e se
livrar da pele antiga.
Era uma solução cruel e
dolorosa: os homens-lobo tinham que caçar os humanos e assim destruir tudo o
que conseguiram de boa vontade. Somente revertendo seus ensinamentos e
instaurando o medo nos humanos, eles poderiam desfazer a trapaça da Weaver e se
tornar totalmente lobos novamente. Mas não era de uma mera caçada que
precisavam: eles deveriam assassinar os líderes humanos, os alfas e betas das Alcatéias
humanas, aqueles que conheciam melhor os modos dos homens-lobos.
E então, os homens-lobo se
viraram contra os humanos, forçando-os para suas cavernas com suas próprias
lanças e clavas. E eles caíram sobre os líderes humanos e os apunhalaram
cruelmente.
Todos, menos um entre eles.
Ela ergueu sua lança para atingir o homem humano por quem ela se apaixonara,
mas não teve coragem de golpear seu corpo. Lágrimas caíram de seus olhos e ela
jogou a lança fora. Ela abriu seus braços para abraçá-lo, mas ele fugiu dela. Ela
soube então que nunca viveria feliz como um lobo e nunca mais viveria entre os
humanos que ela quase matara. Ela pegou a lança e trespassou o próprio corpo, suas
últimas palavras foram um uivo de dor e lamento.
Os outros passaram no teste
de Luna; uma falhou. Por essa razão, apenas alguns dos fios do destino foram cortados.
Luna declarou que cada homem-lobo teria de escolher uma forma para usar de
agora em diante, além disso, em tempos de conflito, eles não poderiam usar nenhuma
forma, ao invés disso usariam uma forma intermediária, uma forma de
guerra e fúria, uma forma que provocaria o medo em todas as criaturas. Eles não
eram mais lobos, mas também não eram humanos. Eles eram Garou.
Alguns escolheram tomar a
forma de lobo de novo e voltaram para os de sua raça, mas eram estrangeiros de seu
próprio povo, não parte de suas Alcatéias. Outros, lembrados de seu amor pelos
humanos e o suicídio de seus companheiros de Alcatéia, escolheram a forma humana,
mas também foram abandonados por seu novo povo. E enfim foram estabelecidas as
raças dos Garou.
Sei que ficam tentados em
contar suas versões tribais e o quanto elas diferem desta, com seus elitismos e
absurdos, mas apenas se vocês realmente acreditarem e contarem aquilo que o Rei
que está por vir precisa ouvir antes para poder liderar a Ultíssima Batalha
então claro, contem o que mais quiserem.
Um fato tristemente mas
interessante, vocês raramente vão encontrar impuros lendários entre os Presas
de Prata. Nenhum antigo mito da criação — ao menos, nenhum altamente considerado
pela minha Tribo — trata sobre eles. Talvez seja ai que vocês possam
acrescentar após contarem o que ele precisa saber. Sei que Isso não explica
os outros Metamorfos. Vocês perguntariam: “Se somente o Lobo fez o sacrifício
para ensinar os humanos, como poderiam os outros animais mudarem de forma
também?” Suspeito que deve haver um conto que explique isso, mas ele se perdeu.
Talvez Gaia, em Seu ódio sobre os outros animais por terem recusado Seu pedido
de ajudar os humanos, amaldiçoou seus filhos a se tornarem meio humanos.
Desta maneira, os Garou não estariam sozinhos, embora
apenas eles tenham o direito de liderar os outros, pois apenas eles mereceram
esse direito.
Ai vocês poderiam dizer “Se é assim, como há tantas
histórias diferentes? Não podem ser todas verdades”. Eu respondo:
porque não? Não poderiam ser histórias diferentes situadas em terras
diferentes, cada uma com suas próprias leis espirituais? Por que a criação de
Gaia deve ser única e verdadeira em todos os lugares? Há diferentes graus da Wyld, Weaver e Wyrm em
todos os aspectos de Sua criação. Por que não pode haver diferentes leis ou
natureza para diferentes lugares, todos dentro da mesma era? Apartir do momento
que você aceita espiritualmente isso com mais facilidade ao se lembnrar que não
havia Película naqueles dias, não havia barreira entre o mundo físico e
espiritual — ambos tinham uma porção do outro em vários graus. Aqueles
espíritos que eram muito importantes se tornaram as pedras, montanhas, árvores
e os rios que conhecemos hoje. Aqueles que possuíam muito do lado espiritual
não tinham filhos no mundo material e sua raça não é conhecida, xceto em lendas
e fábulas.
Sentindo pena dos Garou e
por eles terem provado sua fidelidade à Gaia, Luna escolheu entre eles os alfas
e betas entre todas as Alcatéias, marcando-os com o Toque de Prata. Seu sopro
destacou sua pelagem e seu brilho lunar o acendeu, criando uma luz na
escuridão, um farol flamejante para todos os Garou. Estes foram os escolhidos de
direito, Aqueles Que Lideram, segundo a Lenda.
Mas ela sussurrou a eles os
termos de sua magia: eles só liderariam enquanto fossem corretos e, ainda, cada
um só deveria governar por sete anos, depois disso deveriam se retirar e
permitir que outro governasse em seu lugar — ou então morrerem
gloriosamente em batalha.
Parece um dogma muito severo que Luna colocou sobre
os Presas. Apenas Sete anos? Faz total
sentido apenas se for visto de outra perspectiva, pois isso representa o tempo
de vida...para um lobo. Contudo, os Garou vivem como os humanos, o que é muito
mais. É um dogma severíssimo quando se mede em anos humanos. Os reis não
estavam contentes em aceitar isso, então buscaram um aliado cujo poder poderia
resolver isso.
O Decreto do Sol
Por muitos anos, os Presas aceitaram o fardo de
Luna e governavam os Garou por apenas sete anos cada um. Desenvolveram rituais
elaborados para as várias formas que o rei de sétimo ano fosse deposto no
alvorecer do oitavo ano. Alguns eram desafios de combate, outros testes em
jogos. Aos reis que fossem capazes de vencer esses desafios era permitido que
reinassem por mais um ciclo lunar, o que depois, trazia outro desafio. Deste modo,
alguns reis verdadeiramente grandiosos eram capazes de reinar por mais do que
sete anos.
O tempo
chegava de alguma forma, quando até este perecia. A Wyrm cresceu forte e mandou
muitos inimigos ao redor do mundo. Os Presas eram testados dolorosamente
liderando várias Alcatéias Garou contra eles, algumas vezes até indo a lugares
distantes de onde não voltavam facilmente.
Lembre-se, nessa era, ainda não havia tribos. Havia
os Garou e seus líderes, os Presas de Prata, aqueles que foram Tocados por Luna
para liderar. Estas longas viagens que as Alcatéias faziam espalharam os Garou
pelo mundo. Muitas das batalhas resultaram na morte dos líderes — que
estavam sempre na linha de frente do combate, raramente lideravam lá de trás —
deixando as Alcatéias sem os alfas ordenados da Lua.
Alguns membros das Alcatéias que assumiam a liderança
no lugar dos Presas mereciam o cargo, mas outros não. Foi um tempo trágico.
Deste vácuo de liderança, as outras tribos foram criadas. Quem pode culpá-los?
Eles tinham que sobreviver por seus esforços nas terras estrangeiras, longe da
Pátria Mãe do Norte, sem qualquer novo
Presa de Prata para ser colocado no lugar dos líderes caídos. Até mesmo o
melhor entre eles começou a acreditar que seus novos líderes eram melhores do
que os Presas. Claro, isso só aconteceu por serem mais covardes e evitarem
combater as criaturas da Wyrm que rastejavam pela Terra. Assim, seus companheiros
de Alcatéia sobreviviam por mais tempo e mesmo assim não perceberam o
verdadeiro custo de suas táticas militares covardes pelo mundo.
Mas eles convenceram a si mesmos de que eram mais
bem sucedidos, que não precisavam dos Presas. Nesta época os que mais se aproveitaram disso deles foram os
Senhores das Sombras, que confundiram liderança com esperteza. Aqueles que se mostravam
mais capazes de mentir para seus irmãos e assim prolongar sua liderança, foram então
considerados os mais capazes naqueles dias.
Então, essas outras tribos, algumas agora
ressentidas com os Presas, convencidas pelas doces palavras dos covardes, não
retiravam seus comandantes após os sete anos. Capazes de sustentarem-se no
poder por muitos anos, essas tribos de fato tinham alguma vantagem sobre os
Presas.
Enquanto isso acontecia, a Wyrm ficava mais forte, pois
havia poucos Garou que tinham vontade de se opor às sementes da Wyrm, onde quer
que elas viessem a aparecer. Eventualmente, essas sementes cresceram sorrateiramente
sem que ninguém percebesse.
A própria Fera da Guerra andava livremente pela Terra
e as outras tribos se arrepiavam de medo dela. Nem todas elas, saiba que os
Crias de Fenris a combatiam ferozmente, assim como as Fúrias Negras e os Garras
Vermelhas. Seus líderes, porém, embora corajosos, não eram tão sábios ou
honrados quanto os Presas de Prata.
Eles venciam, mas tinham mais derrotas.
Os Presas de Prata arriscaram a segurança de seus lares
para mandar mensageiros, líderes para tomar a liderança das Alcatéias e das
outras tribos para levá-las a uma vitória verdadeira. Foi um sucesso e as
outras tribos se curvavam e ofereciam suas gargantas aos Presas, mostrando
submissão, reconhecendo os Lordes Brancos como os verdadeiros líderes entre os
Garou.
Mas o custo foi terrível. Enquanto seus números eram
baixos na Pátria Mãe, a Fera da Guerra atacou. Sorrateiramente sobre a terra,
destruindo pedaços de floresta por onde passava. Mesmo hoje, a tundra se recusa
a produzir tantas árvores como antes. Os Presas de Prata organizaram as forças
que tinham, mas com tão poucos, não conseguiriam prevalecer por muito tempo.
Foi naquele tempo que um poderoso líder surgiu, o maior
dos Presas de Prata até então, Arak Mamute-Corajoso. Foi sua, a ordem relutante
de enviar membros de sua Casa para liderar outros em terras distantes, enfraquecendo
suas próprias forças. Como destino, seu sétimo ano estava acabando. Nenhum de
seus sucessores, entretanto, estava preparado para o mais terrível dos testes,
expulsar a Fera da Guerra. E todos sabiam disso. Ninguém ia desafiá-lo, pois
ninguém queria perder sua liderança em um dos momentos mais terríveis.
Ele resolveu continuar seu reinado, então ergueu
sua espada de pedra, ligada a três espíritos da guerra e foi adiante com sua Alcatéia,
confrontar a própria Fera. Assim que se aproximavam do campo de batalha, uma tundra
onde a Fera havia parado a marcha, o sol nasceu no horizonte. Porém, antes do
manto da noite se esvair totalmente, um raio azul caiu dos céus, da região de
onde a lua fora dormir após a tarefa da noite estar completa. Um Luno apareceu
diante do grupo de guerra e se dirigiu ao rei.
“Lembre da imposição de Luna, ó rei dos Presas de Prata,”
ele disse. “Você deve renunciar e deixar outro assumir seu posto.”
Arak grunhiu em fúria e dirigiu suas garras até
onde julgou ser o meio do Luno, mas ele desapareceu como se a luz do dia o
atravessasse. Ele ordenou que seus companheiros de Alcatéia fossem em frente,
mas eles hesitaram. Eles temiam quebrar o decreto de Luna, ainda mais agora que
um mensageiro dela viera alertá-los.
Arak percebeu isso, sem o apoio total deles, a batalha
seria pior para eles. Sua visão aguçada então captou um movimento no céu acima
deles. Era um falcão, sobrevoando sobre eles em círculos, agradecendo ao Sol,
seu senhor Celestino.
“Olá!” Arak o chamou. “Lorde Falcão! Como você governa
os céus toda manhã sem que ninguém questione seu comando ou o deponha depois de
sete anos?”
O falcão mergulhou e pousou sobre um galho próximo,
encarando Arak com certa curiosidade. “Eu governo o céu sob ordens do meu
senhor, Hélios, Imperador do Dia e Lorde da Luz. As ordens deles são eternas e
sem questionamento. Embora ele negue sua graça ao mundo por algumas horas para
que a noite possa vir, ele faz isso apenas porque Gaia pediu a ele. Ele é um senhor
cheio de graça e misericórdia.”
“E como alguém ganha sua benção?” disse Arak.
O falcão abaixou a cabeça, mais curioso agora. “Os mortais
não podem se aproximar dele, pois seu fogo é muito quente e poderiam ser
queimados até os ossos se ao menos entrassem em seu palácio. Você deve chegar
até ele por meio de um de seus escolhidos, um servo assim como eu. Mas porque
me pergunta isso, lobo-metamorfo? Sua Senhora é Luna. Por sua graça você pode
mudar de forma e libertar seu ódio contra seus inimigos.”
“Nossa Dama é irracional e irregular,” disse Arak. Seus
companheiros de Alcatéia prenderam o fôlego ao ouvi-lo dizer tais blasfêmias,
mas ele continuou. “Ela nos permite governar, mas apenas por sete anos cada um.
E ainda, as outras tribos, as quais nunca carregaram seu Toque, podem governar
por quanto tempo conseguirem manter-se no trono. E os humanos vivem ainda mais,
passando o comando àqueles que são de sua linhagem.”
“Humanos fazem isso apenas graças a Hélios,” disse
o falcão. “Eles apelam ao meu senhor com preces e com o tempo, ele responde. É
o desejo dele que seus governantes sejam consistentes e imutáveis. Embora ele não
possa tirar a morte do caminho deles, ele pode ordenar que continuem governando
pela sua linhagem familiar.”
“Se eu jurar a você minha lealdade e de toda minha tribo,
ó falcão, seu Senhor poderia me garantir o mesmo? Um reinado duradouro?”
O falcão ficou em silêncio por um tempo, como se estivesse
ponderando as consequências de tal pedido. Suas penas começaram a brilhar, como
se iluminassem de dentro e seus olhos ficaram mais afiados. Todos os Garou fitaram-no
concentrados, pois sabiam que ele não era mais apenas um falcão, mas fora
tomado pelo Falcão, o Animal Ancestral daquela raça. Ele disse:
“Você é sábio, rei dos lobos-metamorfos. Ninguém antes havia pensado em fazer
isso. Hélios não teria deliberadamente se intrometido sobre o reino de Luna sem
ser pedido, mas uma vez que você tenha pedido, eu vou concedê-lo. Se você jurar
a lealdade de sua tribo a mim então, através de mim, Hélios ordenará sua
realeza por quanto tempo você viver. Mas meu Senhor não pode desfazer o que
você é: você ainda deve seguir as leis que foram colocadas para sua raça. Se
alguém de sua raça desafiar sua liderança, através de suas próprias leis para
tal, então, se ele vencer, ele será o rei por direito, até que ele seja também desafiado.
Mas pelo decreto de meu Senhor, nenhum tipo de desafio de agora em diante será
requisitado depois de sete anos de liderança.”
“Sendo assim, eu juro,” disse Arak. “Eu entrego meu
espírito e toda minha tribo a ti, grande e honorável Falcão, que seu poder
agora nos poupe das leis insanas de Luna e me permita liderar meu povo contra a
Wyrm.”
“Que assim seja!” Falcão gritou e abriu as asas, lançando-se
no ar. Ele circundou sobre eles, intensamente, até que parecesse que ele
tivesse desenhado um circulo de luz no céu, ígneo e chamuscado: o alvorecer
tinha chegado.
Arak uivou um grito de batalha e se dirigiu até o campo.
Sua Alcatéia e seguidores uivaram também, assustadoramente com o novo poder que
sua tribo havia recebido. Nada poderia se manter no caminho deles agora.
Destemidos, eles correram em direção da guerra.
Então, os Presas de Prata adotaram a forma humana de
liderança, ordenados pelo Sol, esquecendo mais de sua forma lupina
originalmente dada a eles pela própria Luna. Mas não pense que eles se
esqueceram de Luna. Não, pois eles ofereciam suas vitórias a ela e uivavam suas
histórias para ela toda noite, assim ela não estaria sozinha em sua vigília
pelo céu. Muitas histórias contam como eles a resgataram, anos depois, de
muitos servos da Wyrm. Ela estava orgulhosa dos filhos de sua irmã, agora crescidos
e se mantendo sozinhos.
Os Presas feriram a criatura, que era uma manifestação
da Fera da Guerra, que se arrastou pra longe e mais tarde foi morta por outros
Garou; Fúrias Negras, creio eu. O fato de fazer a promessa ao Falcão e a
lealdade de nossa tribo ao totem. É a chave para continuarmos governando a
Nação Garou. Nós somos ordenados por ambos, Sol e Lua, algo que nenhuma outra
tribo possui e inspirados por isso outras Tribos podem combater melhor nosso
Inimigo. Oh, claro, todos vocês desejam achar que seus totens lhes dão grandes
poderes, e de fato o fazem mas, por Gaia, seus poderes podem ser incríveis,
mas além da compreensão é o poder dos Celestinos.
Arak Mamute-Corajoso que montou o Grande Serpe foi
um grande rei e um mestre em táticas. Morreu em batalha, mas não antes de
liderar muitos deles contra a criatura,
tudo planejado minuciosamente. Que ele nos abençoe-o com sua sabedoria. Com os
Garou, não é uma questão apenas de morrer e sim o modo como ele viveu sua vida.
Todos os Garou morrem; é o que eles fizeram em vida que é importante. Arak
conquistou algo grandioso para minha tribo. Sem a benção do Falcão e a
intervenção de Hélios, era duvidoso que pudéssemos sobreviver aos desafios de
liderança de nossa tribo, outros líderes poderiam governar por muito mais tempo
que nos era permitido. “Por que apenas não ignoraram a ordem de Luna? O que ela
poderia ter feito?” vocês perguntariam, eu respondo que não sei qual poderia
ser a reação dela, mas as suas outras tribos saberiam e nosso direito de
realeza sagrada seria ignorado. Nós
poderíamos não ter, hoje, a liderança sobre os outros — não importa o quão pouco
possa ser reconhecido — sem tais pactos sagrados. É o que nos faz diferente,
aptos a reinar para os outros e com os outros.
O Retorno de Arak
O Retorno de Arak
Nós Presas de Prata lembramos desse tipo de coisa,
mesmo se muitos deles já tenham esquecido. Preciso que vocês, meus protegidos,
meus aliados, meus amigos, passem isso pois Arak irá voltar. Sim, Arak estará
entre vós e preciso que essas palavras despertem suas lembranças, foi o que o
Mistério me revelou! E preciso que essa narrativa encontre as néovas do tempo
em sua mente e as dissipem com o poder de sua propria lenda e assim o Rei que compactou
com Hélios para apasiguar Luna volte a brilhar agora no Sul. Somente com essa
narrativa completa revelada para o Rei que irá ressurgir ele conseguirar se
lembrar do Segredo da Realeza e restaurar-se completamente, apenas com vocês
ele conseguirá retornar e trazer consigo sua Casa. E para que que ele se
levante ao lado de vocês como Alfa entre Lobos e Feras contra os Dragões do
Submundo e o Desconhecido. Conto com vocês, meus filhos.
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