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domingo, 27 de novembro de 2016



Foi realizada uma Assembleia no “Caern de Marapendi” na Noite da Lua Nova de 5 de Março de 2014 ao qual estavam presentes metade do contingente Garou da Seitada Reserva. A luz dos últimos acontecimentos no Caern e na cidade do Rio de Janeiro mudanças foram propostas quanto ao que era a Seita e o Caern:

- O falecimento do Alfa Dom Artur, Lenda Presa de Prata
- O Bem sucedido Rito de Banimento do Blight (Área Wyrm/Weaver) Municipal
– E o nascimento do Totem do Ovo de um Totem do Shadow Wyvern (O Serpe Sombrio)

A própria condição do Caern de Cura foi transmutada em um Caern de União com o objetivo primeiro de impedir a vinda do Apocalipse. Estamos em Guerra! E por tanto a partir desta data existe uma nova seita de Guerra contra a Wyrm que segue a Litania e o tradicionalismo da Nação Garou.
Nova Seita dos
Combatentes da
Guerra Honrada
do Caern do Parque da Reserva de Marapendi
Nível: 4.  
Película: 3.
Tipo: União (Honra). 
Totem: O Serpe Sombrio (Shadow Wyvern) um Totem da Guerra :  Apesar de serpentiforme e com asas, o Wyvern não é aliado da Wyrm. Ao contrário, ele é um de seus inimigos mais implacáveis. Ele geralmente aparece como o mensageiro da guerra, trazendo notícias de um grande confronto com a Wyrm. Ele leva todos os Garou e aqueles que o seguem em particular a dar tudo pela derrota da corrupção e às vezes aconselha o uso de truques e emboscadas no combate. A força e crueldade do Wyvern o torna um totem atrativo para Presas de Prata jovens e raivosos, que procuram ganhar Renome em batalhas contra as forças da Wyrm. Além disso  é o Totem patrono das Linhagens Reais dos Presas Brasileiros. A visão de caerns corrompidos trás grande aflição ao Wyvern. Seus seguidores devem proteger qualquer caern se pedida sua assistência, mesmos se uma das Feras o mantém. Os filhos do Wyvern não devem participar de um “resgate” de um caern de outros metamorfos e devem impedir tal roubo; eles devem aprender isto. A sua versão Sombria é pouco conhecida ainda, mas de fato está relacionada à Guerra, Honra e principalmente da União Tribal dos Garou... 
Estrutura Tribal: Aberto e Multitribal com forte influencias tradicionais dos 
Presa de Prata.
Divisa: Com aproximadamente 155 hectares de belas paisagens naturais, o Parque da Reserva de Marapendi resguarda os ecossistemas nativos de restinga e manguezal. O local foi criado em 1978 com o objetivo de se tornar um espaço de recreação e lazer ao ar livre, além de um ambiente de preservação ambiental. Entre as espécies encontradas na região, destacam-se as árvores centenárias, como jacarandás e pinheiros do paraná, e animais, como o tucano-de-bico-preto e o bicho-preguiça.  No parque há também o Centro de Referência em Educação Ambiental de Marapendi, criado para a troca de conhecimento por meio de atividade socioambientais. O centro reúne sala de ciências com informações sobre a fauna e a flora da região e mantém uma extensa programação cultural com exposições, oficinas de artesanato e exibição de filmes. A Reserva de Marapendi foi criada com o propósito de proteger a biodiversidade, regimentar o processo de ocupação e salvaguardar o uso dos recursos naturais, foi declarada Área de Proteção Ambiental (APA), em 1991.  No parque, pode-se ver de perto a lagoa de Marapendi, emoldurada por vegetação de restinga – razão pela qual se verifica a presença constante de aves, caranguejos, lagartos e até mesmo de espécies ameaçadas, como o jacaré-de-papo-amarelo.
Espalhados por seus quase 10 mil quilômetros quadrados de vegetação e trilhas, playgrounds e locais destinados a piqueniques são boas opções de descanso aos visitantes.
Localiza-se entre as avenidas Ayrton Senna e Pedro Moura. 
Borda: Prédios; Ruas e Avenidas (e o Oceano Atlântico)
Áreas de Convivência: As edificações existentes no Parque são (oficialmente) somente as do Centro de Referência em Educação Ambiental, na extremidade oeste do Parque; Sede da administração do Parque e sede provisória da Guarda Municipal que atende à Área de Planejamento 4; playground , sinalização ecológica e CEA com auditório, salas de vídeo e artes. Verifica-se a existência de construções residenciais de bom padrão localizadas em ilhas da Lagoa. Além do uso residencial unifamiliar não ser permitido (oficialmente) no Parque, estas edificações encontram-se em áreas que, segundo consta, pertencem à Municipalidade. Acrescenta-se a estas atividades irregulares o Clube dos Bombeiros (Espaço Barra da Tijuca).
Santuários: A margem do Jacaré, o Jacarandá da Borboleta, Tumba de Dom Artur e seus Cavaleiros Caídos.
Área de Assembleia: A praia da Reserva
O Coração do Caern: Pedra da Praia (Toca da Serpe)
Umbra: Extremamente povoada de espíritos animais, Naturaegafflings e jaglings  dos Totens e Espíritos-Ancestrais.

Ancião Alfa (Posição de Seita 6 ): 
Dom Rubens Parma-Borboun, “Lorde-Punhos-Cinzentos”, Duque da Casa Morada Inexpugnável da Cabana do Sol. 


Ancião Beta (Posição de Seita 5): 
Rugido-das-Tempestades


Outras Anciãs (Posição de Seita 5): 
Sacerdotisa Sofia Zarzosa“ Amada pela Lua”, Dama da Casa Morada Inexpugnável da Cabana da Lua e Síntese

Vigilante/Vigia/Watcher (Posição de Seita 4)
Genro “Caça-Caçadores”

Mestra-dos-Rituais (Posição de Seita 3): 
Sacerdotisa Sofia Zarzosa“ Amada pela Lua”, Dama da Casa Morada Inexpugnável da Cabana da Lua


Mestre-do-Desafio (Posição de Seita 3) : 
Rugido- das-Tempestades

Zeladora/Vigia-da-Terra/Keeper
(Posição de Seita 1):  Síntese

Guardiã a do Portão/Gatekeeper 
(Posição de Seita 1)Sacerdotisa Sofia "Amada pela Lua” Zarzosa 

Guardiões (Posição de Seita 1) : 
Vago – temporariamente exercido por qualquer Garou com Posição de Seita disponível no Caern

Caçador da Verdade (Posição de Seita 4)
Vago – temporariamente exercido na ultima Assembleia pelo Ancião Alfa Dom Rubens  "Lorde Punhos Cinzentos" Parma-Borboun 

Inimigo da Wyrm (Posição de Seita 3):
Vago – temporariamente exercido na ultima Assembleia pelo Vigilante Genro “Caça-Caçadores”

Conjurador/a da Wyld (Posição de Seita 1): 
Vago - temporariamente exercida na ultima Assembleia por Anna Paula Leopoldina de 
D´Orleans e Bragança “Prometida-do-Falcão”

Mestre-Do-Uivo (Posição de Seita 1) :
Vago–temporariamente exercido na ultima Assembleia pelo Beta Rugido-das-Tempestades

Menestrel (Posição de Seita 1): 
Vago - Essa Posição nunca foi de fato usada por Dom Artur e portanto sua tradição se perdeu. Entretanto foi experimentalmente dada  à 
Parente Presa de Prata Jocasta Lima Correa Herédia, filha de Dom Artur, que cumpriu orientada pelo Beta Rugido-Das-Tempestades 

Alcateias reconhecidas da Seita: 
Orgulho dos Celestinos 
(Reconhecimento de Alcateia 5) 

“Cavaleiros de Dom Artur”   
Nome temporário usado na ultima Assembleia por ausência reconhecida do nome da mesma 
(Reconhecimento de Alcateia 3)


Éditos:
- Seguimos o Legado de Dom Artur: Todas as Tribos serão aceitas no Caern. Inclusive aqueles que perderam seu Renome e queiram uma segunda chance de se purificar para a Batalha e até os Fera que ponham a rivalidade histórica de lado e venham de auxilio submetidos à Hierarquia da Seita.  
- Estamos em tempo de Guerra: Violações da Litania serão punidas com vigor.  
- É dever dos Garou da Seita combater a Wyrm com quaisquer meios necessários.   
 - A Autoridade do Conselho dos Anciões não poderá ser contestada de nenhuma forma enquanto durar a Guerra. 
- Todos os Fetiches, Amuletos etc. achados, recolhidos e recuperados de qualquer combate deve ser ofertado ao Conselho dos Anciões. Todo Fetiche criado deve ser apresentado ao Conselho para que aprove a posse de seu criador ou pra quem ele destina o Fetiche. 
- Todos os Garou devem ser tratados com respeito e deferência, do mais alto Renome ao mais baixo, da Tribo mais antiga à mais recente.  
- Nenhum Rito ou Ritual será executado no Caern sem a ciência da Mestre dos Rituais. E estes devem ser feito tradicionalmente nas Assembleias com a Mestra de Rituais como Ministrante ou, em casos de emergência, na presença de pelo menos outros dois Garou além do Ministrante.
- Todas as Barganhas com Espíritos de alta Hierarquia (Totem em diante) devem ser executadas na presença da Mestra de Rituais.
- Somente serão invocados Espíritos-Ancestrais fora do Caern em situações de Batalha e/ou extremas de sobrevivência. 
- É dever de todos os Garou da Seita não só não Rasgar o Véu como Protegê-lo para que não seja rasgado por outrem e, em caso disso acontecer, Restaura-lo. 
- O Caern é Inviolável. Nenhum Inimigo deve ser trazido vivo dentro da Divisa sob punição severa. Ações diretas contra o Caern terão pena capital.
- Relacionamentos de qualquer maneira entre os Garou da Seita serão punidos, tenha sido no presente ou no passado. 
- Os Garou da Seita deverão tomar parceiros entre os Parentes da Seita ou de fora de forma Ritual em uma Assembleia de Matrimonio e poderão sem nenhuma reprimenda ou escárnio tomar outros Parentes como possíveis reprodutores em comum acordo com o Parente Consorte Principal.







sexta-feira, 11 de novembro de 2016


Recomeço


Após a partida de Tadeu e de Oto, a Alcateia dos Anciões “Orgulho dos Celestinos” começa a cada vez mais preparar o Lobo do Inverno. A Cliath Anna "Prometida-Do-Falcão" agora sobre a tutela Sofia “Amada pela Lua” permanece no Caern enquanto que o Fostern Rob parte para a América do Norte para ficar com os Wendigo. A Cliath Tânia também fica no Caern treinada pela visitante Anciã Alestro de sua Tribo. E o Fostern Yuri e a Cliath Tressa McDougall estariam perdidos na Umbra, segundo boatos. O pouco que se sabe sobre o Rito Winter Wolf é que diversos Garou de todo território vieram presenciar a primeira parte do ritual honrando Dom Artur com seu Posto de Ancião de volta e revogando sua notoriedade como um dos Desgraçados que perderam o Caern da Floresta da Tijuca. A segunda parte teria sido realizada apenas por aqueles que no passado foram seus aprendizes. Teriam sido invocados os nomes Alex “Sidge-Buster” ou “Arrasa-Cerco”, Tadeu “Nascido da Tempestade” ou “Corvo Prodígio”, Otto “Embrujado”, “Wandering Ghost” ou “Andarilho Fantasma”, Rob “Protegido do Tanguá” ou “um dos Deslocados”, Yuri “Uivo-da-Noite” ou “um da Gangrena Verde”. Mas nenhum desses respondeu. Para a tristeza de Dom Artur nenhum de seus pupilos atuais estavam presente em seu último ritual. Porém os Orgulhosos, que se revelaram como uma das primeiras Alcateias a ter sido tutelada na época do Caern da Floresta da Tijuca fizeram as honras junto com seus amigos Virgílio “Duas-Luas”, Sandra “Flutua no Vento”.  Apenas as duas Cliath Anna e Tânia participam e sabem o que realmente aconteceu. E Dom Artur ganhou o Posto Póstumo de Lenda dos Garou.
 
Nas próximas semanas a noticia que se tem “Os Orgulhosos” teriam feito uma Assembleia pouco depois da partida do Desgraçado e, como ninguém presente se opôs, tomaram a Seita e o Caern para si. Alestro, Duas-Luas e Flutua no Vento partiram. E o Ovo está prestes à chocar...
O jogo começa na manhã de 5 de Março de 2014, um mês depois que as personagens das jogadores se encontravam Seita (do Parque) da Reserva  do Caern : Parque da Reserva
de Marapendi. 




quinta-feira, 23 de julho de 2015

Presas de Prata




"Eu vi o Falcão e ouvi a sua voz na minha mente. Ele  avisou sobre uma faca que brilhava na barriga de um rei. Atrás do Falcão havia uma piscina de sangue pálido, e ele deixou pegadas vermelhas no chão frio e esfumaçado. Forças se reuniram e se chocaram em pequenas batalhas de um turbilhão de poeira e peles de prata. Eles rasgaram a escuridão com espadas e garras, escudos se quebrando, homens que morrem por uma causa nobre, porém inútil. Finalmente uma coroa subiu acima do campo de batalha e todas as lutas pararam, até que as sombras consumiram a lua e a coroa caiu na escuridão.”

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Era um Senhor das Sombras juvenil



Diário de Antecedente (background) do jovem Tadeu "Stormborn"Viana



Lobos Negros  ou Era um Senhor das Sombras Juvenil


Primeira parte

Nós Viana somos descendentes de uma tradicional família Parente de Senhores das Sombras de Campinas e eu, Tadeu Viana era um de três irmãos nascidos dos primos Kin Felipe Luiz Viana e Adriana Rezende Viana. E assim como meus irmãos mais velhos César e Victor somos Garou.

O nascimento de três Garou numa única família Kinfolk chamara a atenção da minha Seita em Campinas e os Theurges anunciavam que César seria um Arauto do Trovão, apesar do favorecimento do Grande Avô se estendesse  através dele para toda a Alcatéia. Meus irmão mais velhos já eram uma “Pack” quando eu mudei pela primeira vez, eu já frequentava o caern e já sabia algumas verdades.

 César aos 21 anos já era Adren  (Posto 3) e Victor aos 19 era um Forstern (Posto  2) se preparando para o próximo desafio. O velho lobo “Fala com as Sombras”, Mestre dos Desafios da Seita já não sabia o que pedir deles, nem mesmo a um ano atrás, quando anunciou a Victor que seu desafio para o Posto 2 seria estabelecer um acordo de não agressão e novas fronteiras com os Hakken de um caern “próximo” e assim conseguir algum favor (boon) no processo. 

Victor virou as costas e simplesmente caminhou até o outro Caern.  Diante de todos César, o Alfa Ahroun da Alcatéia simplesmente riu e as gralhas que sempre se reuniam na presença dos “Arautos do Trovão” (nome da pack) gralharam como se rindo também. Apenas dois dias depois Victor voltou com a delimitação das fronteiras recém-negociadas que favoreciam nossa Seita muito mais do que nossos Anciões esperavam conseguir sem derramamento de sangue - principalmente após o ultimo incidente entre o líder do nosso caern e um renomado “theurge” Hakken - assim como um novo pacto de não agressão.

E ao perguntar que “boon” ele havia conseguido - como se os feitos já não fossem suficientes por si só  - o Beta Philodox simplesmente desembainhou sua fang dagger e cortou o ar e a alguns metros de distância uma árvore foi partida. Esse ato chocou a tribo em seu amago, fazendo com que o mestre de rituais lançasse um rápido olhar para o líder da seita.  O breve sorriso de meu irmão César se quer pôde ser notado, já o mesmo não pode ser dito sobre o olhar de descontentamento de Marcus “Presas da Lua” Ancião líder da Seita. César se levantou e parou ao lado de Victor encarando a todos os membros ali reunidos com mandíbulas travadas num misto de orgulho e desafio aos demais. Ninguem os desafiou de volta e Victor deixou de ser apenas um Cliath.

Exatamente um ano depois, aos treze anos de idade, eu me transformaria simplesmente porque  assim eu quis, numa experiência nada traumática como geralmente é para os outros. Era minha vontade e destino e aceitei-os como uma benção.  Então caminhei até meus irmãos que tinham acabado de voltar de “alguma missão”. Eu odiava essa “alguma missão”, pois era sempre uma forma que eles usavam para dizer que era algo fora do meu alcance “não-Garou”.

Parei diante deles enquanto Victor falava desavisamente  para César:  “uma doença se espalhando entre os “kinfolk” da área e o número crescente de “scryers” tentando espionar nossas atividades...” Eu interrompi a ambos e falei “vocês agora tem que me levar juntos pra salvar Gaia! Olhem só...” e me transformei diante deles. Pude ver na hora a surpresa virando orgulho e em seguida um olhar de desprezo de ambos. Pensei  comigo mesmo “malditos Shadow Lords” e César confirmou meu pensamento ao falar “só porque você pode ficar peludo, filhote, não significa que é digno de lutar ao lado de nós Shadow Lords”. E assim fui indicado para a iniciação no Caern da minha própria Tribo, onde a dificuldade dos desafios só é superado pela arrogância daqueles que conseguem enfrenta-los.

Fui agrupado com mais um cub shadow lord para nosso rito de passagem, um galliard de nome Horácio. Nosso desafio era dividido em três partes, sendo que duas tínhamos conhecimento prévio, mas a outra não. A primeira parte era bem simples: descobrir o local aonde uns “sanguessugas” iriam se encontrar na cidade e “lidar” com eles, se é que você me entende... Eu bati um papo com espíritos locais - nada demais pra mim na verdade, aprendi este Dom ainda muito cedo quando ainda era visto como só um Parente dotado - e descobri que os cadáveres iriam se encontrar em um local onde haveria um rodeio próximo da cidade. Horácio ficou espantado com a facilidade que resolvi essa parte.

Uma vez que tínhamos um local onde os vampiros estariam a espreita dos mortais seria fácil segui-los e achar seu refúgio afinal eu podia sentir o fedor deles de longe, mais um dom dos espíritos que rapidamente aprendi,  novamente ajudando o Galliard sem jeito.  Achamos, quer dizer, eu achei os bastardos e os seguimos pela umbra, pelo menos entrar na Umbra o outro filhote conseguiu fazer sem que me atrasasse muito.  Quando olhamos para o mundo material de dentro da Umbra vimos que não havíamos sido detectados e ganharíamos o elemento surpresa: Eles nem suspeitaram de nada quando saímos da umbra e antes que eles pudessem tentar algo com seus poderes malditos já estavam em pedaços. Até que Horácio lutou bem, mas é claro que enquanto ele venceu apenas um vampiro eu já havia derrubado os outros 2 e estava no encalço de um terceiro.

Então começou um som de palmas *clap clap clap* e do nada surgiu Jorge “Olhos Verdejantes” um philodox da nossa Seita que estava servindo como nosso Den Father  -como se eu precisasse de um, mas enfim, Tradição é Tradição, Alias achei aquilo na verdade bastante normal, nosso Den Father deveria mesmo estar nos vigiando e assim  garantindo nossa sobrevivência, Horácio, pensei, que até então estava bem assustado era bastante ingênuo ao achar que os shadow lords não deixariam os cubs morrerem só porque “falharam”, afinal somos poucos Garou neste continente, quiça nós filhos abençoados do Grande Avô. Como estavamos enganado...

Jorge então falou “nada mal filhotes, passaram no primeiro teste, voltem pela Umbra e reportem ao mestre dos desafio, eu vou limpar a sujeira aqui que vocês deixaram. Lembrem-se , não levantem o Véu. Agora partam!” prontamente obedecemos e entramos no mundo espiritual mas assim que cruzamos a película eu ouvi um gralhar (ou foi um trovão ao longe?)

Perguntei ao meu companheiro “você ouviu isso?” ele ainda aliviado com a facilidade que tudo se deu respondeu inocente “isso o que?... “ Me olhou por alguns segundos na Umbra e continuou “Cara, você é ainda mais estranho que os outros da nossa tribo... Por um segundo pensei ver nuvens avançando como tempestade na sua direção, que coisa doida...” eu fiquei intrigado com o que ele falou e algo naquilo tudo me incomodava então disse “vá na frente, vá até o velho “Fala com as Sombras“ enquanto que vou avisar meus irmãos que conseguimos”, Horácio pensou em protestar, deu de ombros e se foi.

Fiquei ali no reflexo espiritual daquele quarto vagabundo de motel de estrada onde os corpos dos mortos se decompunham mais rapidamente que o normal... De repente ouvi para uma voz que não conseguia identificar “olhe...” “o que?” respondi e instintivamente o fiz,  continuei olhando através da Película e observei Jorge pegando algo em meio as cinzas de um dos cadáveres.  Achei aquilo muito esquisito e confesso que não sabia muito bem o que fazer. Resolvi segui-lo. Após alguns minutos andando até uma casa próxima vi meu Den-Father entregando uma pequena caixa para outro... Cadáver! Ao longe ouvi dizendo “Não falei que ia funcionar? Agora seus rivais estão mortos e não podem traçar nada disso até você, minha parte está cumprida, agora falta a sua...” e o cadáver  respondeu: “será feito como o combinado”.  “Caralho, no que foi que eu me meti!”, pensei. 


Segunda parte

Pensei também em pedir ajuda para meus irmãos...  Mas me lembrei das palavras de César “só porque você pode ficar peludo, filhote, não significa que você é digno de lutar ao lado dos Shadow Lords”. “Filho da puta”, pensei antes de considerar que compartilhávamos da mesma mãe. A partir desse ponto é preciso lembrar de que eu tinha apenas treze anos e que isso estava bem fora de tudo que possa ser previsto e antecipado dentro de um Rito de Passagem, talvez pela primeira vez eu realmente tenha me descontrolado como fazem todos os demais filhotes, enfim...

Fui até a casa da minha família, entrei no quarto de Victor e cuidadosamente fui até a “caixa”... Sabia que ele guardava a adaga do velho ali sempre que saia com Carla, uma kinfolk shadow lord,  ao contrário de César que não se separava daquela Grand Klaive por nada desse mundo... A caixa ficava trancada com um cadeado de números.  Após tentar as combinações mais óbvias como data de nascimento de todos os membros da família sem nenhum sucesso me lembrei da data que Victor sumiu e César falou que ele ia ficar um tempo sem aparecer... o dia de sua primeira transformação. Bingo!

Armado então com a adaga de Victor, voltei ao caern, mas não sem antes fazer um ou outro pacto com alguns espíritos no caminho. Depois César diria que eu paguei caro demais pelos favores pedidos, mas o que eu sabia? Eu era apenas um filhote... Pedi para um espirito da noite me ocultar na umbra e ele assim o fez e peguei uma Trilha da Lua para chegar mais rapidamente. O mestre dos desafios estava começando a anunciar o sucesso de Horácio e já mencionando minha ausência e consequentemente falha para toda a tribo e antes que o Galliard pudesse explica-la surgi do nada atrás de Jorge e cravei a adaga fundo de suas costas... isso é tudo que lembro até ser nocauteado por várias formas peludas antes que pudesse dar o golpe fatal e finalizar Jorge que gritava no chão -  eu acho antes de desmaiar vi um sorriso em César e um olhar preocupado de Victor.

Acordei meio surrado, mas inteiro, desarmado e cercado pela tribo. Vi um theurge curando Jorge e imediatamente gritei:  “ele é um traidor, se associando com cadáveres” todos riram da minha cara “esse cadáver?” Nisso um espirito de Luna se manifestou e assumiu a forma do “cadáver” então o mestre dos desafios perguntou à Horácio: “ você não achou estranho quando Jorge apareceu lá?” E ele respondeu “Fiquei aliviado quando o vi, antes achava que estávamos sozinhos mas logo percebi que ele estava lá para garantir nossa sobrevivência...”. O tapa que se sucedeu na cara de Horácio que levou do mestre dos desafios só não doeu mais do que os olhares de desprezo direcionados a ele pelo resto da tribo e então o mestre dos Desafios continuou “se você não fosse capaz de sobreviver  aquele lixo você nunca seria aceito entre nós e estaria melhor morto” eu fiquei calado tentando não demonstrar meu choque pois tinha pensado o mesmo que ele. Então ele se virou pra mim “aonde você conseguiu essa adaga?”

Eu pensei com meus botões rapidamente, levando em consideração tudo que eu sabia sobre minha tribo e o que tinha acabado de acontecer e lembrei que o espirito da noite que me ajudou era incapaz de lidar com verdades e falei “o espirito da noite me deu” ao ser invocado pelo mestre de rituais e perguntado sobre o corrido, o espirito confirmou “foi um presente das circunstancias entregue a ele pela noite”. O mestre dos desafios então simplesmente falou “agora vocês são Garou, você Horácio, ainda tem muito o que aprender, se não sobre o que é ser um Garou, definitivamente sobre o que é ser um Shadow Lord. Já você Tadeu, também ainda tem muito o que aprender... Saber o melhor momento de atacar e garantir a vitória, esse é o verdadeiro caminho do trovão, mas diante da possibilidade de corrupção você foi impiedoso... Não! Não sorria, garoto! Não esperávamos menos de alguém da sua família.

Se ninguém tem nada contra esses filhotes a partir de agora são Cliath e sobre seus ombros agora colocamos os deveres da Nação Garou assim como os privilégios. Se desejarem e eu aconselho vocês dois deveriam formarem uma pack...” bruscamente César interrompeu apontando pra mim “Este aqui já tem uma pack” . E assim me tornei o ômega dos ‘arautos do trovão’.

Na mesma noite comecei a fazer um nome para mim mesmo ao derrotar um patético philodox fostern (posto 2) numa disputa de enigmas mostrando que eu pertencia de fato aos arautos. 


Terceira parte

O que eu não sabia era a raridade de três irmãos da mesma família nascendo Garou e da profecia que as sombras revelariam ao velho mestre dos rituais “fala com as sombras”.

– O maior dos três, como a tempestade, não terá seu poder negado por criatura nenhuma de gaia. Para abrir caminho ao novo, na noite que a lua perder seu brilho suas presas serão arrancadas por aquele que foi marcado pelo trovão.

O velho contou a profecia para o Ancião Alfa Marcus “Presas da Lua”.  Inicialmente Marcus não levou o velho muito a sério até o dia que César voltou da umbra de uma noite de tempestades com cicatrizes nos ombros e braços que formavam dois símbolos: um bastante conhecido o símbolo dos shadow lords e outro que ele se negava a falar a origem, mas que Marcus não conseguia desvia o olhar e como em momentos dramáticos de filmes durante aquele shadow moot em que César surgiu com suas novas marcas ao falar “ESTOU PRONTO PARA O PRÓXIMO DESAFIO!” Trovões ecoaram pelos céus em aprovação. Er o grande avô se fazendo notar e quando Victor e eu tomamos nossos lugares ao lado de César a tempestade que aumentava num crescendo notável não mais parecia vir dos céus mas de nós mesmos... “e seu poder não poderá ser negado por criatura nenhuma de gaia...” e pela primeira vez eu o vi... Nosso ancestral!

Nós três possuíamos uma marca distinta na umbra, todos éramos tocados pelo trovão em um nível ou outro. César se quer parecia um Garou após este shadow moot. Quando estávamos na umbra, ele parecia uma tempestade que ganhou forma... Eu era o menos abençoado com essa herança, mas posso dizer com confiança que não me importava em deixar a liderança e a glória para ele. Na verdade era até um alivio. Eu via que pra conseguir aquilo tudo o que ele tinha que sacrificar, aos poucos ele se tornava mais uma força da natureza, a vontade do grande avô perdendo sua própria personalidade e isso deixava marcas... Pesada é a cabeça que suporta a coroa.

Meju desafio para me tornar Fostern (rank dois) ,  uma viagem até um dos reinos da umbra foi realizado com facilidade, assim como Victor passara para Adren (rank três) e para surpresa de nossa Seita, mas não nossa, César se tornara Athro( rank quatro). Não é apenas raro se tornar rank quatro na primeira tentativa, mas totalmente desconhecido para alguém da idade dele, numa região cada vez maior outros Garou, incluindo alguns de outras tribos sussurravam “Arautos do Trovão... César... Glória... Líder...”

Não sei de fato quando começou, mas Marcus começara a se tornar abertamente hostil a nossa pack. Isso incluindo tentativas de prejudicar dissimuladamente os Viana, nossa família kinfolk. Eu não suspeitei das crescentes “missões” que nos colocavam em risco o tempo todo, achei que eram apenas um aumento natural de encargos que nossos novos ranks nos impunham naturalmente, mas praticamente perdemos qualquer traço de vida social e passamos a enfrentar perigos de morte todas as noites e apesar de seu Posto avançado César não ganhara nenhuma função na Seita, nem ao menos uma cadeira no Conselho, composto de outros Athros e pouquíssimos Anciões (rank 5)...

...Névoas tornavam minha visão obscura, a umbra nunca tinha parecido tão estranha, um reflexo distorcido de algo que não deveria existir. Elas tornavam minha respiração difícil ao mesmo tempo que a paisagem desolada ampliava meu sentimento de solidão. Era noite e um caminho se estendia a minha frente quase imperceptível, à distância acima da névoa uma enorme montanha açoitada por uma eterna tempestade: “o caminho dos Golovin” uma voz ecoou na minha mente... Aquela mesma voz que ouvira quando filhote! Minha percepção mudou e foi como se visse mais a frente seguindo o caminho, César. Seu rosto se virava pra trás por um segundo e ele sorria enquanto seguia os passos daqueles que vieram antes de nós: “o destino se pega com as garras”. Atrás de mim um gralhar me chamou a atenção.  Estava rastejando por entre arbustos... Lápides cujo os nomes não consigo ler... dor da perda. Um trovão rugiu palavras ao vento “ele sabe!”...


Acordo subitamente encharcado em suor e corro para acorda-los,  este sonho parece ainda mais confuso agora, mas tento contar em detalhes o que vi, estranhamente na época não me lembrei do nome Golovin até essa ultima noite. Victor disse “conte logo para ele, César, precisaremos dele para conseguir de qualquer forma, ele pode ser o ômega, mas ele é um arauto afinal de contas”...  César consentiu: “precisaremos dele, mas ele ainda não aceitou o que é. não como nós...”  respondi prontamente “claro que aceitei! Sou um Garou! Já lutamos juntos a anos... não acredito que você continua com essa babaquice...” .  Victor olhou por fim para César e disse enigmático “ele vai chegar lá, você o ouviu, ele também pode ver o caminho...” e se calaram, me deixando às escuras...

César então mudou de assunto abruptamente como ele sempre o fez, sem rodeios. “Marcus é corrupto.” “Como ? Eu nunca senti nenhum wyrm taint nele” comentei.  Victor respondeu: “e nem irá sentir nunca, ele aprendeu a muito tempo como mascarar isso. Você sabe qual a natureza do desentendimento entre ele e Yoshiro o “Theurge” Hakken? Você não notou a diminuição de espíritos que frequentam o caern a cada ano, Lua Minguante? Ou os “death fields” espalhados pela cidade? E o que o nosso glorioso e sábio Ancião Alfa da Seita fez a respeito? Nada! Apenas nos manda para missões óbvias e pouco sutis contra alguns tentáculos da Wyrm, claro que eles são perigosos mas não são nem de longe o maior perigo que deveríamos estar enfrentado!” 

É claro que eu havia notado os “death fields”, pontos na umbra onde o tecido espiritual parecia destroçado, vazio, bem como percebera a diminuição dos espíritos , mas não havia entendido como dois fatos interligados...

César mais uma vez entrou de sola: “Marcus nos mantém ocupado com todo tipo de besteira politica e disputas mesquinhas, mesmo que exista algum renome em nossas missões, esse não é o verdadeiro caminho do trovão nem o que nos demanda a nossa Litania.  A tempestade é poder para um fim, não poder pelo poder. O desafio de Victor foi um dos maiores golpes contra seus esquemas, não apenas  Yoshiro nos confidenciou que estava lutando contra os planos de Marcus, como Victor conseguiu um tratado tão bom que Marcus não tem como quebra-lo sem parecer um tolo corrupto, logo não pode nos manter ocupado nessa disputa e tudo que os Hakken pediram em troca foi a cabeça dele dentro de três meses. "

"Convencemos a eles de que precisávamos colocar pra trás essas pequenas disputas para expor o maldito. Outros estão notando a crescente e incontestada influência da Wyrm próximo a nossos territórios e Marcus finge que nada esta acontecendo. Agora achamos indícios de Espirais Negras próximos a cidade e um aliado politico kinfolk de Marcus acabou de votar contra a criação do parque ambiental nas imediações de nosso caern...”

Victor ainda acrescentou: “Yoshiro percebeu a fuga de espíritos dessa área para o caern Hakken, inicialmente ele esperava que se tratasse de algum truque de espionagem, mas eles estavam se refugiando de algo muito errado, mas que não sabem descrever ao certo. Irmãozinho, você esta prestes a descobrir o que realmente é e nós somos mais que Garou, somos Shadow Lords. E aonde as outras tribos debatem besteiras e hesitam nós agimos”!

César retomou: “eu irei desafiar Marcus em breve! Estamos tentando achar provas concretas para mostrar aos outros quando eu derrota-lo e não aceitar a rendição dele dilacerando aquela sua garganta decrépita e corrupta”. De repente fique extremamente consciente de minha respiração pois estava a algum tempo segurando- a sem se quer ter notado e falei: “eu estou com vocês, irmãos!”

Victor, sorrindo :”Nós sabemos”

César, sério: “É a vontade do trovão.”


Quarta parte

Kinfolks shadow lords começaram a aparecer mortos pela cidade, mortes causadas por acidentes bizarros e estranhas doenças. Quando o quarto kinfolk caiu, mandamos nossos pais se mudarem para longe da cidade. Levamos esses acontecimentos à tribo e os anciões se mostraram bastante preocupados. Marcus porém disse que os guardiões e o Inimigo da Wyrm haviam investigado os casos e que não havia sinal da mácula da Wyrm e  nenhum deles -  de fato não havia, pelo menos nada que eu mesmo conseguisse identificar -  e falou para que ficássemos fora disso mas continuamos nossas investigações apesar das ordens contrárias. 

Entre uma missão e outra, que nos mantinham constantemente fora de nosso território, investigávamos por conta própria nos locais onde os kinfolks morreram e seus lares.  Novamente não sentíamos a presença da corruptora, mas isso não era o que realmente chamava atenção, e poderia ser simplesmente pelo fato dela não ter um dedo pelo menos nessas mortes. O que realmente chamava atenção era o fato de não haver presença de nada. Enormes “bolsões” de “vazio” já começaram a aparecer na umbra da cidade. Rumores de Dançarinos continuavam a se espalhar, mas tanto nós quanto as outras packs pareciam sempre chegar “atrasados” e não conseguíamos confirmar suas aparições, era como se os malditos fossem avisados antes, mas aonde haviam rumores, haviam os “vazios”.

Com os crescentes rumores e os crescentes “death fields”, a inquietação da tribo e nossa insistência Marcus acabou sendo compelido pelo Conselho a nos deixar investigar. Mas mesmo com nosso total empenho por dias a fio nossas buscas não resultaram em nada. Consultei o “Fala com as Sombras”, nosso velho mestre de rituais que reconheceu em um dos locais sinais de interligações entre a umbra local com a dark umbra, mas que ele mesmo não tinha muita experiência com isso. 

Estávamos frustrados. Lembramos que dentre aqueles que compõem a Nação Garou algumas tribos eram conhecidas por terem um melhor entendimento da dark umbra, mas encontrar um silent strider por aqui seria ainda mais difícil do que conseguir ajuda de um silver fang e que o grande avô nos castigue com mil raios antes de ver nossa pack abaixando a cabeça pra aqueles kings wannabe, arrogantes e tolos que perderam metade de seu território para os Fera locais. Suspeitando de que éramos constantemente vigiados, disse para meu Alfa e Beta que estávamos num beco sem saída, que iria visitar nossos pais e quando retornasse que diríamos juntos que falhamos - nossa pack nunca havia falhado e que eu que eu fosse açoitado por chicotes de prata antes de ver isso acontecer .

 Peguei um ônibus da meia noite para São Lourenço em Minhas Gerais onde nossos pais estariam mas ao chegar na estrada fui até o banheiro do ônibus e entrei na umbra pelo espelho da parede e pulei pela janela, virando lobo antes mesmo de tocar o chão. Invoquei um antigo dom e me envolvi em sombras e sorrateiramente me esgueirei pelas matas do interior de São Paulo me reaproximando de campinas novamente. invoquei um espirito da noite e o curvei a minha vontade, os espíritos da brood do trovão não obedecem a pedidos e barganhas e reconhecem apenas o poder. Comandei para que me mantivesse oculto e na umbra olhos nenhum podiam me localizar. Marchei por quase um dia até nossos aliados mais secretos contra aquilo que estava nos corroendo por dentro, os estranhos Hakken.

Venci desafios percorrendo atalhos e com um pouco de sorte consegui entrar no território dos Japas, eles pareciam estar já me esperando... Pedi uma audiência com Yoshiro e já sabendo quem eu era mesmo que nunca tivéssemos nos conhecido, viu que era de seu interesse o sucesso dos ‘Arautos’ contra Marcus.  Sendo assim criou uma ponte da lua para que eu viajasse até o caern das Fúrias no sul do país e pra lá fui, só, em silêncio e segredo pedir para a tribo mais “feminazi” auxilio sobre a Dark Umbra.

A ponte da lua não me levava direto ao caern delas, quem me dera houvesse mais confiança entre as tribos, mas os Hakken tinham secretamente livre acesso a um caern multitribal bem próximo aos das Fúrias e após mostrar meu respeito e gratidão e contar uma lenda Garou na fogueira nesta Seita segui meu caminho sem revelar a natureza da minha busca... Mas não sem antes fazer amizade com uma Fúria Negra local: Diana “lâmina ardente”, uma arhoun jovem que acabara de passar pelo rito de passagem ... Achei que chegar na Seita só de Fúrias dizendo dizer “Oi, sou amigo da Diana” poderia ajudar... Envolto em sombras e com meus próprios dons percorri a noite em território desconhecido sendo guiado pelo corvo azul da tempestade  que desde então até hoje esta a meu lado. Consegui passar pelas fronteiras do caern sem ser detectado, o que não era exatamente meu plano e ao aparecer no meio da seita bem no coração do caern, sofri de tudo menos a morte...

 Felizmente o corvo interferiu e tive tempo o suficiente para falar que era amigo de Diana, que mesmo sendo apenas uma cliath era conhecida pelas “exageradamente protetoras das mulheres” que estava ali e consegui segundo preciosos que me permitiram contar um pouco da minha historia. Fazendo parecer um problema que estava se alastrando em vários territórios e não um problema local shadow lord (mas de fato se não resolvêssemos o problema isso poderia se tornar verdade) e sem revelar a corrupção de nosso líder consegui convencer a mestra de rituais a me ensinar o rito “descent into the underworld”, talvez a única  forma segura de cortar caminho até a dark umbra criada pelos Peregrinos Silenciosos. O ensino tomaria algumas semanas vitais mas que se passaram em um sub-reino Fúria onde o tempo passa mais rápido.

Depois de aprender o ritual achei uma trilha da lua do caern das fúrias para o caern onde conheci Diana e de lá consegui convencer o Gatekeeper Fianna a reabrir a Ponte de Lua de volta ao  Caern Hakken e cheguei à rodoviária de Campinas ao mesmo tempo em que o ônibus que eu supostamente retornaria de Minas. Tudo perfeito.



Quinta e ultima parte

Nossa primeira entrada na dark umbra foi quase um desastre total, não esperávamos os diversos guardiões ou as tempestades, tirando a breve explicação sobre a natureza desse lugar feita pela mestra de ritos das fúrias ou mesmo meus estudos ocultistas, não sabíamos o que esperar na prática. 

Na segunda vez na noite seguinte as coisas foram mais “fáceis” e começamos a nos entender com o local, ainda não havíamos encontrado nada de relevante até encontrar uma sombra de um fantasma, um drone, dentre os vários lamentos identificamos uma frase constantemente repetida “o olho que bebe almas, ele controla o olho”. Foi apenas na terceira vez, quando nos aventuramos mais afundo e nos deparamos com uma estranha criatura, um wraith de fato. 

Descobrimos  ainda algo relevante após entender o que era aquela vil criatura e melhor, como controla-la, tudo que precisávamos era achar o maldito anel que ela tanto falava enquanto nos atacava. César a manteve em cheque no combate e Victor me deu cobertura quando voltei ao mundo dos vivos e peguei todos os anéis que tinham na maldita casa de penhores próxima à casa do kinfolk  por onde entramos no underworld  e em posse do mesmo e ameaçando destruí-los ela parou de nos atacar. A Aparição nos disse : “o que o olho bebe ele controla, sua força aumenta com cada alma/espirito, sua mácula perdura no mundo espiritual e lá nada resta, ele pertence ao nosso mundo mas alguém levou ao seu uma criatura como vocês mas que desce em círculos e corrompe aqueles que entre vocês não resiste ao brilho do poder”.

Com essas informações, portanto partimos, mas no Moot daquela noite não mencionamos nada. No dia seguinte apenas falamos com os alfas de outras duas Alcateias que nos apoiavam e investigavam por conta própria como nós, ao trocarmos informações protegidos pelo murmur rite, então sabíamos que nenhuma informação dali vazaria a não ser que entregada por um dos conspiradores.  Um dos Alfas dos packs não tinha nada de valor, mas o outro havia finalmente achado e matado um dos membros de uma pack de Dançarinos e trouxeram com eles as provas de que os mesmos estavam agindo na área, Em mãos das novas informações levamos ao Conselho de Anciões da Seita e diante das evidências Marcus não pode negar nosso pedido... “ele sabe” eu poderia ouvir aquele murmurar na brisa...

Retornamos então agora oficialmente as nossas investigações,  mas quando nos preparávamos ritualisticamente para sairmos do Caern um dos membros da pack de Marcus nos deu uma dica de que haveria uma transação num pequeno aeroporto particular e que uns fomori poderiam estar envolvidos pois era uma subsidiaria da pentex.  

Não poderíamos ignorar isso mesmo que pudesse ser alguma nova armação de Marcus e fomos até lá pela umbra. No entanto ao sairmos encontramos 3 Formori armados com prata até os dentes, parei suas armas usando meu gift e meus irmãos exterminaram dois em segundos, deixando o ultimo para interrogatório. A criatura ao ser detida começou a gargalhar insanamente se contorcendo de dor “já estávamos achando que vocês não apareceriam! Nos vemos em Malfeas, otários!” e explodiu numa fumaça virulenta e mal cheirosa. 

Dessa fumaça um lúgubre portal se abriu e um vento frio e purulento soprava vindo dele em nossa direção, logo uma luz amarela emanava de algum ponto que não conseguimos identificar e de repente uma criatura pisou para fora do portal. O ar se tornou gélido e a luz diminuía como se não fosse capaz de tocar aquilo por completo.  Mesmo para padrões de Dançarinos ela era medonha e enorme, porém completamente esquelética. O tal olho profetizado estava em seu cajado onde trechos da Litania Negra estavam gravados. O que senti na proximidade da criatura só pode ser descrito como o desespero de ‘se sentir morrer’ sem de fato morrer... 

De repente, como um flash,  o olho brilhou e a criatura não estava mais lá! Tudo que vi foi meu irmão do meio vomitando sangue e a Gran Klaive dos Viana de César ainda em sua mão atravessando o corpo de Victor! Nos olhos de do meu irmão mais velho vi a mesma cor da orbe maldita. 

Segurei-me para não entrar num Foxy Frensi ou qualquer outro surto pela insanidade dos fatos que aconteciam diante dos meus olhos! A noite ficou mais escura e senti que o espirito da noite agindo, aquele que ainda estava ligado a mim pelo pacto que fiz durante meu rito de passagem - Ele me escondeu de César que, frustrado e em um Frenesi da Wyrm, entrou na umbra e correu para longe. Me recobrando do choque e agindo sem pensar peguei a fang dagger de Victor e fui atrás do que quer que tenha possuído César. 

Achei sua trilha destrutiva pela umbra partira direto para o caern. Quando lá cheguei vi ainda da penumbra que César saltara para o mundo físico atacando e matando o alfa de uma das duas pack que conspirava conosco, depois o outro alfa  na sequencia. Sua força, que já era notável, estava nitidamente aumentada pelo olho profano.  Ele matou mais dez garou, entre os conspiradores e outros mais quando finalmente consegui sair.

 Gritei “PARE”, mas ele não me ouviu, então novamente a voz “você deve para-lo”. A morte era certa pra mim, nunca conseguiria vence-lo numa luta, mas eu corri em sua direção e quando o apunhalei, minha mão não era mais só minha mas também a de Mstslav Golovin,  nosso ancestral, que pela primeira vez se fundiu a mim e me ajudava contra meu próprio sangue. A0 mesmo tempo que golpeei três relâmpagos caíram dos céus, um direto contra César, um em mim -  juro que sua força entrando pela adaga até varar César ao meio  e outro me golpeando de volta a umbra e pra longe bem longe dali. Matei meu irmão e nunca mais voltei, nem nunca mais vi meu ancestral... Até agora.