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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Era um Senhor das Sombras juvenil



Diário de Antecedente (background) do jovem Tadeu "Stormborn"Viana



Lobos Negros  ou Era um Senhor das Sombras Juvenil


Primeira parte

Nós Viana somos descendentes de uma tradicional família Parente de Senhores das Sombras de Campinas e eu, Tadeu Viana era um de três irmãos nascidos dos primos Kin Felipe Luiz Viana e Adriana Rezende Viana. E assim como meus irmãos mais velhos César e Victor somos Garou.

O nascimento de três Garou numa única família Kinfolk chamara a atenção da minha Seita em Campinas e os Theurges anunciavam que César seria um Arauto do Trovão, apesar do favorecimento do Grande Avô se estendesse  através dele para toda a Alcatéia. Meus irmão mais velhos já eram uma “Pack” quando eu mudei pela primeira vez, eu já frequentava o caern e já sabia algumas verdades.

 César aos 21 anos já era Adren  (Posto 3) e Victor aos 19 era um Forstern (Posto  2) se preparando para o próximo desafio. O velho lobo “Fala com as Sombras”, Mestre dos Desafios da Seita já não sabia o que pedir deles, nem mesmo a um ano atrás, quando anunciou a Victor que seu desafio para o Posto 2 seria estabelecer um acordo de não agressão e novas fronteiras com os Hakken de um caern “próximo” e assim conseguir algum favor (boon) no processo. 

Victor virou as costas e simplesmente caminhou até o outro Caern.  Diante de todos César, o Alfa Ahroun da Alcatéia simplesmente riu e as gralhas que sempre se reuniam na presença dos “Arautos do Trovão” (nome da pack) gralharam como se rindo também. Apenas dois dias depois Victor voltou com a delimitação das fronteiras recém-negociadas que favoreciam nossa Seita muito mais do que nossos Anciões esperavam conseguir sem derramamento de sangue - principalmente após o ultimo incidente entre o líder do nosso caern e um renomado “theurge” Hakken - assim como um novo pacto de não agressão.

E ao perguntar que “boon” ele havia conseguido - como se os feitos já não fossem suficientes por si só  - o Beta Philodox simplesmente desembainhou sua fang dagger e cortou o ar e a alguns metros de distância uma árvore foi partida. Esse ato chocou a tribo em seu amago, fazendo com que o mestre de rituais lançasse um rápido olhar para o líder da seita.  O breve sorriso de meu irmão César se quer pôde ser notado, já o mesmo não pode ser dito sobre o olhar de descontentamento de Marcus “Presas da Lua” Ancião líder da Seita. César se levantou e parou ao lado de Victor encarando a todos os membros ali reunidos com mandíbulas travadas num misto de orgulho e desafio aos demais. Ninguem os desafiou de volta e Victor deixou de ser apenas um Cliath.

Exatamente um ano depois, aos treze anos de idade, eu me transformaria simplesmente porque  assim eu quis, numa experiência nada traumática como geralmente é para os outros. Era minha vontade e destino e aceitei-os como uma benção.  Então caminhei até meus irmãos que tinham acabado de voltar de “alguma missão”. Eu odiava essa “alguma missão”, pois era sempre uma forma que eles usavam para dizer que era algo fora do meu alcance “não-Garou”.

Parei diante deles enquanto Victor falava desavisamente  para César:  “uma doença se espalhando entre os “kinfolk” da área e o número crescente de “scryers” tentando espionar nossas atividades...” Eu interrompi a ambos e falei “vocês agora tem que me levar juntos pra salvar Gaia! Olhem só...” e me transformei diante deles. Pude ver na hora a surpresa virando orgulho e em seguida um olhar de desprezo de ambos. Pensei  comigo mesmo “malditos Shadow Lords” e César confirmou meu pensamento ao falar “só porque você pode ficar peludo, filhote, não significa que é digno de lutar ao lado de nós Shadow Lords”. E assim fui indicado para a iniciação no Caern da minha própria Tribo, onde a dificuldade dos desafios só é superado pela arrogância daqueles que conseguem enfrenta-los.

Fui agrupado com mais um cub shadow lord para nosso rito de passagem, um galliard de nome Horácio. Nosso desafio era dividido em três partes, sendo que duas tínhamos conhecimento prévio, mas a outra não. A primeira parte era bem simples: descobrir o local aonde uns “sanguessugas” iriam se encontrar na cidade e “lidar” com eles, se é que você me entende... Eu bati um papo com espíritos locais - nada demais pra mim na verdade, aprendi este Dom ainda muito cedo quando ainda era visto como só um Parente dotado - e descobri que os cadáveres iriam se encontrar em um local onde haveria um rodeio próximo da cidade. Horácio ficou espantado com a facilidade que resolvi essa parte.

Uma vez que tínhamos um local onde os vampiros estariam a espreita dos mortais seria fácil segui-los e achar seu refúgio afinal eu podia sentir o fedor deles de longe, mais um dom dos espíritos que rapidamente aprendi,  novamente ajudando o Galliard sem jeito.  Achamos, quer dizer, eu achei os bastardos e os seguimos pela umbra, pelo menos entrar na Umbra o outro filhote conseguiu fazer sem que me atrasasse muito.  Quando olhamos para o mundo material de dentro da Umbra vimos que não havíamos sido detectados e ganharíamos o elemento surpresa: Eles nem suspeitaram de nada quando saímos da umbra e antes que eles pudessem tentar algo com seus poderes malditos já estavam em pedaços. Até que Horácio lutou bem, mas é claro que enquanto ele venceu apenas um vampiro eu já havia derrubado os outros 2 e estava no encalço de um terceiro.

Então começou um som de palmas *clap clap clap* e do nada surgiu Jorge “Olhos Verdejantes” um philodox da nossa Seita que estava servindo como nosso Den Father  -como se eu precisasse de um, mas enfim, Tradição é Tradição, Alias achei aquilo na verdade bastante normal, nosso Den Father deveria mesmo estar nos vigiando e assim  garantindo nossa sobrevivência, Horácio, pensei, que até então estava bem assustado era bastante ingênuo ao achar que os shadow lords não deixariam os cubs morrerem só porque “falharam”, afinal somos poucos Garou neste continente, quiça nós filhos abençoados do Grande Avô. Como estavamos enganado...

Jorge então falou “nada mal filhotes, passaram no primeiro teste, voltem pela Umbra e reportem ao mestre dos desafio, eu vou limpar a sujeira aqui que vocês deixaram. Lembrem-se , não levantem o Véu. Agora partam!” prontamente obedecemos e entramos no mundo espiritual mas assim que cruzamos a película eu ouvi um gralhar (ou foi um trovão ao longe?)

Perguntei ao meu companheiro “você ouviu isso?” ele ainda aliviado com a facilidade que tudo se deu respondeu inocente “isso o que?... “ Me olhou por alguns segundos na Umbra e continuou “Cara, você é ainda mais estranho que os outros da nossa tribo... Por um segundo pensei ver nuvens avançando como tempestade na sua direção, que coisa doida...” eu fiquei intrigado com o que ele falou e algo naquilo tudo me incomodava então disse “vá na frente, vá até o velho “Fala com as Sombras“ enquanto que vou avisar meus irmãos que conseguimos”, Horácio pensou em protestar, deu de ombros e se foi.

Fiquei ali no reflexo espiritual daquele quarto vagabundo de motel de estrada onde os corpos dos mortos se decompunham mais rapidamente que o normal... De repente ouvi para uma voz que não conseguia identificar “olhe...” “o que?” respondi e instintivamente o fiz,  continuei olhando através da Película e observei Jorge pegando algo em meio as cinzas de um dos cadáveres.  Achei aquilo muito esquisito e confesso que não sabia muito bem o que fazer. Resolvi segui-lo. Após alguns minutos andando até uma casa próxima vi meu Den-Father entregando uma pequena caixa para outro... Cadáver! Ao longe ouvi dizendo “Não falei que ia funcionar? Agora seus rivais estão mortos e não podem traçar nada disso até você, minha parte está cumprida, agora falta a sua...” e o cadáver  respondeu: “será feito como o combinado”.  “Caralho, no que foi que eu me meti!”, pensei. 


Segunda parte

Pensei também em pedir ajuda para meus irmãos...  Mas me lembrei das palavras de César “só porque você pode ficar peludo, filhote, não significa que você é digno de lutar ao lado dos Shadow Lords”. “Filho da puta”, pensei antes de considerar que compartilhávamos da mesma mãe. A partir desse ponto é preciso lembrar de que eu tinha apenas treze anos e que isso estava bem fora de tudo que possa ser previsto e antecipado dentro de um Rito de Passagem, talvez pela primeira vez eu realmente tenha me descontrolado como fazem todos os demais filhotes, enfim...

Fui até a casa da minha família, entrei no quarto de Victor e cuidadosamente fui até a “caixa”... Sabia que ele guardava a adaga do velho ali sempre que saia com Carla, uma kinfolk shadow lord,  ao contrário de César que não se separava daquela Grand Klaive por nada desse mundo... A caixa ficava trancada com um cadeado de números.  Após tentar as combinações mais óbvias como data de nascimento de todos os membros da família sem nenhum sucesso me lembrei da data que Victor sumiu e César falou que ele ia ficar um tempo sem aparecer... o dia de sua primeira transformação. Bingo!

Armado então com a adaga de Victor, voltei ao caern, mas não sem antes fazer um ou outro pacto com alguns espíritos no caminho. Depois César diria que eu paguei caro demais pelos favores pedidos, mas o que eu sabia? Eu era apenas um filhote... Pedi para um espirito da noite me ocultar na umbra e ele assim o fez e peguei uma Trilha da Lua para chegar mais rapidamente. O mestre dos desafios estava começando a anunciar o sucesso de Horácio e já mencionando minha ausência e consequentemente falha para toda a tribo e antes que o Galliard pudesse explica-la surgi do nada atrás de Jorge e cravei a adaga fundo de suas costas... isso é tudo que lembro até ser nocauteado por várias formas peludas antes que pudesse dar o golpe fatal e finalizar Jorge que gritava no chão -  eu acho antes de desmaiar vi um sorriso em César e um olhar preocupado de Victor.

Acordei meio surrado, mas inteiro, desarmado e cercado pela tribo. Vi um theurge curando Jorge e imediatamente gritei:  “ele é um traidor, se associando com cadáveres” todos riram da minha cara “esse cadáver?” Nisso um espirito de Luna se manifestou e assumiu a forma do “cadáver” então o mestre dos desafios perguntou à Horácio: “ você não achou estranho quando Jorge apareceu lá?” E ele respondeu “Fiquei aliviado quando o vi, antes achava que estávamos sozinhos mas logo percebi que ele estava lá para garantir nossa sobrevivência...”. O tapa que se sucedeu na cara de Horácio que levou do mestre dos desafios só não doeu mais do que os olhares de desprezo direcionados a ele pelo resto da tribo e então o mestre dos Desafios continuou “se você não fosse capaz de sobreviver  aquele lixo você nunca seria aceito entre nós e estaria melhor morto” eu fiquei calado tentando não demonstrar meu choque pois tinha pensado o mesmo que ele. Então ele se virou pra mim “aonde você conseguiu essa adaga?”

Eu pensei com meus botões rapidamente, levando em consideração tudo que eu sabia sobre minha tribo e o que tinha acabado de acontecer e lembrei que o espirito da noite que me ajudou era incapaz de lidar com verdades e falei “o espirito da noite me deu” ao ser invocado pelo mestre de rituais e perguntado sobre o corrido, o espirito confirmou “foi um presente das circunstancias entregue a ele pela noite”. O mestre dos desafios então simplesmente falou “agora vocês são Garou, você Horácio, ainda tem muito o que aprender, se não sobre o que é ser um Garou, definitivamente sobre o que é ser um Shadow Lord. Já você Tadeu, também ainda tem muito o que aprender... Saber o melhor momento de atacar e garantir a vitória, esse é o verdadeiro caminho do trovão, mas diante da possibilidade de corrupção você foi impiedoso... Não! Não sorria, garoto! Não esperávamos menos de alguém da sua família.

Se ninguém tem nada contra esses filhotes a partir de agora são Cliath e sobre seus ombros agora colocamos os deveres da Nação Garou assim como os privilégios. Se desejarem e eu aconselho vocês dois deveriam formarem uma pack...” bruscamente César interrompeu apontando pra mim “Este aqui já tem uma pack” . E assim me tornei o ômega dos ‘arautos do trovão’.

Na mesma noite comecei a fazer um nome para mim mesmo ao derrotar um patético philodox fostern (posto 2) numa disputa de enigmas mostrando que eu pertencia de fato aos arautos. 


Terceira parte

O que eu não sabia era a raridade de três irmãos da mesma família nascendo Garou e da profecia que as sombras revelariam ao velho mestre dos rituais “fala com as sombras”.

– O maior dos três, como a tempestade, não terá seu poder negado por criatura nenhuma de gaia. Para abrir caminho ao novo, na noite que a lua perder seu brilho suas presas serão arrancadas por aquele que foi marcado pelo trovão.

O velho contou a profecia para o Ancião Alfa Marcus “Presas da Lua”.  Inicialmente Marcus não levou o velho muito a sério até o dia que César voltou da umbra de uma noite de tempestades com cicatrizes nos ombros e braços que formavam dois símbolos: um bastante conhecido o símbolo dos shadow lords e outro que ele se negava a falar a origem, mas que Marcus não conseguia desvia o olhar e como em momentos dramáticos de filmes durante aquele shadow moot em que César surgiu com suas novas marcas ao falar “ESTOU PRONTO PARA O PRÓXIMO DESAFIO!” Trovões ecoaram pelos céus em aprovação. Er o grande avô se fazendo notar e quando Victor e eu tomamos nossos lugares ao lado de César a tempestade que aumentava num crescendo notável não mais parecia vir dos céus mas de nós mesmos... “e seu poder não poderá ser negado por criatura nenhuma de gaia...” e pela primeira vez eu o vi... Nosso ancestral!

Nós três possuíamos uma marca distinta na umbra, todos éramos tocados pelo trovão em um nível ou outro. César se quer parecia um Garou após este shadow moot. Quando estávamos na umbra, ele parecia uma tempestade que ganhou forma... Eu era o menos abençoado com essa herança, mas posso dizer com confiança que não me importava em deixar a liderança e a glória para ele. Na verdade era até um alivio. Eu via que pra conseguir aquilo tudo o que ele tinha que sacrificar, aos poucos ele se tornava mais uma força da natureza, a vontade do grande avô perdendo sua própria personalidade e isso deixava marcas... Pesada é a cabeça que suporta a coroa.

Meju desafio para me tornar Fostern (rank dois) ,  uma viagem até um dos reinos da umbra foi realizado com facilidade, assim como Victor passara para Adren (rank três) e para surpresa de nossa Seita, mas não nossa, César se tornara Athro( rank quatro). Não é apenas raro se tornar rank quatro na primeira tentativa, mas totalmente desconhecido para alguém da idade dele, numa região cada vez maior outros Garou, incluindo alguns de outras tribos sussurravam “Arautos do Trovão... César... Glória... Líder...”

Não sei de fato quando começou, mas Marcus começara a se tornar abertamente hostil a nossa pack. Isso incluindo tentativas de prejudicar dissimuladamente os Viana, nossa família kinfolk. Eu não suspeitei das crescentes “missões” que nos colocavam em risco o tempo todo, achei que eram apenas um aumento natural de encargos que nossos novos ranks nos impunham naturalmente, mas praticamente perdemos qualquer traço de vida social e passamos a enfrentar perigos de morte todas as noites e apesar de seu Posto avançado César não ganhara nenhuma função na Seita, nem ao menos uma cadeira no Conselho, composto de outros Athros e pouquíssimos Anciões (rank 5)...

...Névoas tornavam minha visão obscura, a umbra nunca tinha parecido tão estranha, um reflexo distorcido de algo que não deveria existir. Elas tornavam minha respiração difícil ao mesmo tempo que a paisagem desolada ampliava meu sentimento de solidão. Era noite e um caminho se estendia a minha frente quase imperceptível, à distância acima da névoa uma enorme montanha açoitada por uma eterna tempestade: “o caminho dos Golovin” uma voz ecoou na minha mente... Aquela mesma voz que ouvira quando filhote! Minha percepção mudou e foi como se visse mais a frente seguindo o caminho, César. Seu rosto se virava pra trás por um segundo e ele sorria enquanto seguia os passos daqueles que vieram antes de nós: “o destino se pega com as garras”. Atrás de mim um gralhar me chamou a atenção.  Estava rastejando por entre arbustos... Lápides cujo os nomes não consigo ler... dor da perda. Um trovão rugiu palavras ao vento “ele sabe!”...


Acordo subitamente encharcado em suor e corro para acorda-los,  este sonho parece ainda mais confuso agora, mas tento contar em detalhes o que vi, estranhamente na época não me lembrei do nome Golovin até essa ultima noite. Victor disse “conte logo para ele, César, precisaremos dele para conseguir de qualquer forma, ele pode ser o ômega, mas ele é um arauto afinal de contas”...  César consentiu: “precisaremos dele, mas ele ainda não aceitou o que é. não como nós...”  respondi prontamente “claro que aceitei! Sou um Garou! Já lutamos juntos a anos... não acredito que você continua com essa babaquice...” .  Victor olhou por fim para César e disse enigmático “ele vai chegar lá, você o ouviu, ele também pode ver o caminho...” e se calaram, me deixando às escuras...

César então mudou de assunto abruptamente como ele sempre o fez, sem rodeios. “Marcus é corrupto.” “Como ? Eu nunca senti nenhum wyrm taint nele” comentei.  Victor respondeu: “e nem irá sentir nunca, ele aprendeu a muito tempo como mascarar isso. Você sabe qual a natureza do desentendimento entre ele e Yoshiro o “Theurge” Hakken? Você não notou a diminuição de espíritos que frequentam o caern a cada ano, Lua Minguante? Ou os “death fields” espalhados pela cidade? E o que o nosso glorioso e sábio Ancião Alfa da Seita fez a respeito? Nada! Apenas nos manda para missões óbvias e pouco sutis contra alguns tentáculos da Wyrm, claro que eles são perigosos mas não são nem de longe o maior perigo que deveríamos estar enfrentado!” 

É claro que eu havia notado os “death fields”, pontos na umbra onde o tecido espiritual parecia destroçado, vazio, bem como percebera a diminuição dos espíritos , mas não havia entendido como dois fatos interligados...

César mais uma vez entrou de sola: “Marcus nos mantém ocupado com todo tipo de besteira politica e disputas mesquinhas, mesmo que exista algum renome em nossas missões, esse não é o verdadeiro caminho do trovão nem o que nos demanda a nossa Litania.  A tempestade é poder para um fim, não poder pelo poder. O desafio de Victor foi um dos maiores golpes contra seus esquemas, não apenas  Yoshiro nos confidenciou que estava lutando contra os planos de Marcus, como Victor conseguiu um tratado tão bom que Marcus não tem como quebra-lo sem parecer um tolo corrupto, logo não pode nos manter ocupado nessa disputa e tudo que os Hakken pediram em troca foi a cabeça dele dentro de três meses. "

"Convencemos a eles de que precisávamos colocar pra trás essas pequenas disputas para expor o maldito. Outros estão notando a crescente e incontestada influência da Wyrm próximo a nossos territórios e Marcus finge que nada esta acontecendo. Agora achamos indícios de Espirais Negras próximos a cidade e um aliado politico kinfolk de Marcus acabou de votar contra a criação do parque ambiental nas imediações de nosso caern...”

Victor ainda acrescentou: “Yoshiro percebeu a fuga de espíritos dessa área para o caern Hakken, inicialmente ele esperava que se tratasse de algum truque de espionagem, mas eles estavam se refugiando de algo muito errado, mas que não sabem descrever ao certo. Irmãozinho, você esta prestes a descobrir o que realmente é e nós somos mais que Garou, somos Shadow Lords. E aonde as outras tribos debatem besteiras e hesitam nós agimos”!

César retomou: “eu irei desafiar Marcus em breve! Estamos tentando achar provas concretas para mostrar aos outros quando eu derrota-lo e não aceitar a rendição dele dilacerando aquela sua garganta decrépita e corrupta”. De repente fique extremamente consciente de minha respiração pois estava a algum tempo segurando- a sem se quer ter notado e falei: “eu estou com vocês, irmãos!”

Victor, sorrindo :”Nós sabemos”

César, sério: “É a vontade do trovão.”


Quarta parte

Kinfolks shadow lords começaram a aparecer mortos pela cidade, mortes causadas por acidentes bizarros e estranhas doenças. Quando o quarto kinfolk caiu, mandamos nossos pais se mudarem para longe da cidade. Levamos esses acontecimentos à tribo e os anciões se mostraram bastante preocupados. Marcus porém disse que os guardiões e o Inimigo da Wyrm haviam investigado os casos e que não havia sinal da mácula da Wyrm e  nenhum deles -  de fato não havia, pelo menos nada que eu mesmo conseguisse identificar -  e falou para que ficássemos fora disso mas continuamos nossas investigações apesar das ordens contrárias. 

Entre uma missão e outra, que nos mantinham constantemente fora de nosso território, investigávamos por conta própria nos locais onde os kinfolks morreram e seus lares.  Novamente não sentíamos a presença da corruptora, mas isso não era o que realmente chamava atenção, e poderia ser simplesmente pelo fato dela não ter um dedo pelo menos nessas mortes. O que realmente chamava atenção era o fato de não haver presença de nada. Enormes “bolsões” de “vazio” já começaram a aparecer na umbra da cidade. Rumores de Dançarinos continuavam a se espalhar, mas tanto nós quanto as outras packs pareciam sempre chegar “atrasados” e não conseguíamos confirmar suas aparições, era como se os malditos fossem avisados antes, mas aonde haviam rumores, haviam os “vazios”.

Com os crescentes rumores e os crescentes “death fields”, a inquietação da tribo e nossa insistência Marcus acabou sendo compelido pelo Conselho a nos deixar investigar. Mas mesmo com nosso total empenho por dias a fio nossas buscas não resultaram em nada. Consultei o “Fala com as Sombras”, nosso velho mestre de rituais que reconheceu em um dos locais sinais de interligações entre a umbra local com a dark umbra, mas que ele mesmo não tinha muita experiência com isso. 

Estávamos frustrados. Lembramos que dentre aqueles que compõem a Nação Garou algumas tribos eram conhecidas por terem um melhor entendimento da dark umbra, mas encontrar um silent strider por aqui seria ainda mais difícil do que conseguir ajuda de um silver fang e que o grande avô nos castigue com mil raios antes de ver nossa pack abaixando a cabeça pra aqueles kings wannabe, arrogantes e tolos que perderam metade de seu território para os Fera locais. Suspeitando de que éramos constantemente vigiados, disse para meu Alfa e Beta que estávamos num beco sem saída, que iria visitar nossos pais e quando retornasse que diríamos juntos que falhamos - nossa pack nunca havia falhado e que eu que eu fosse açoitado por chicotes de prata antes de ver isso acontecer .

 Peguei um ônibus da meia noite para São Lourenço em Minhas Gerais onde nossos pais estariam mas ao chegar na estrada fui até o banheiro do ônibus e entrei na umbra pelo espelho da parede e pulei pela janela, virando lobo antes mesmo de tocar o chão. Invoquei um antigo dom e me envolvi em sombras e sorrateiramente me esgueirei pelas matas do interior de São Paulo me reaproximando de campinas novamente. invoquei um espirito da noite e o curvei a minha vontade, os espíritos da brood do trovão não obedecem a pedidos e barganhas e reconhecem apenas o poder. Comandei para que me mantivesse oculto e na umbra olhos nenhum podiam me localizar. Marchei por quase um dia até nossos aliados mais secretos contra aquilo que estava nos corroendo por dentro, os estranhos Hakken.

Venci desafios percorrendo atalhos e com um pouco de sorte consegui entrar no território dos Japas, eles pareciam estar já me esperando... Pedi uma audiência com Yoshiro e já sabendo quem eu era mesmo que nunca tivéssemos nos conhecido, viu que era de seu interesse o sucesso dos ‘Arautos’ contra Marcus.  Sendo assim criou uma ponte da lua para que eu viajasse até o caern das Fúrias no sul do país e pra lá fui, só, em silêncio e segredo pedir para a tribo mais “feminazi” auxilio sobre a Dark Umbra.

A ponte da lua não me levava direto ao caern delas, quem me dera houvesse mais confiança entre as tribos, mas os Hakken tinham secretamente livre acesso a um caern multitribal bem próximo aos das Fúrias e após mostrar meu respeito e gratidão e contar uma lenda Garou na fogueira nesta Seita segui meu caminho sem revelar a natureza da minha busca... Mas não sem antes fazer amizade com uma Fúria Negra local: Diana “lâmina ardente”, uma arhoun jovem que acabara de passar pelo rito de passagem ... Achei que chegar na Seita só de Fúrias dizendo dizer “Oi, sou amigo da Diana” poderia ajudar... Envolto em sombras e com meus próprios dons percorri a noite em território desconhecido sendo guiado pelo corvo azul da tempestade  que desde então até hoje esta a meu lado. Consegui passar pelas fronteiras do caern sem ser detectado, o que não era exatamente meu plano e ao aparecer no meio da seita bem no coração do caern, sofri de tudo menos a morte...

 Felizmente o corvo interferiu e tive tempo o suficiente para falar que era amigo de Diana, que mesmo sendo apenas uma cliath era conhecida pelas “exageradamente protetoras das mulheres” que estava ali e consegui segundo preciosos que me permitiram contar um pouco da minha historia. Fazendo parecer um problema que estava se alastrando em vários territórios e não um problema local shadow lord (mas de fato se não resolvêssemos o problema isso poderia se tornar verdade) e sem revelar a corrupção de nosso líder consegui convencer a mestra de rituais a me ensinar o rito “descent into the underworld”, talvez a única  forma segura de cortar caminho até a dark umbra criada pelos Peregrinos Silenciosos. O ensino tomaria algumas semanas vitais mas que se passaram em um sub-reino Fúria onde o tempo passa mais rápido.

Depois de aprender o ritual achei uma trilha da lua do caern das fúrias para o caern onde conheci Diana e de lá consegui convencer o Gatekeeper Fianna a reabrir a Ponte de Lua de volta ao  Caern Hakken e cheguei à rodoviária de Campinas ao mesmo tempo em que o ônibus que eu supostamente retornaria de Minas. Tudo perfeito.



Quinta e ultima parte

Nossa primeira entrada na dark umbra foi quase um desastre total, não esperávamos os diversos guardiões ou as tempestades, tirando a breve explicação sobre a natureza desse lugar feita pela mestra de ritos das fúrias ou mesmo meus estudos ocultistas, não sabíamos o que esperar na prática. 

Na segunda vez na noite seguinte as coisas foram mais “fáceis” e começamos a nos entender com o local, ainda não havíamos encontrado nada de relevante até encontrar uma sombra de um fantasma, um drone, dentre os vários lamentos identificamos uma frase constantemente repetida “o olho que bebe almas, ele controla o olho”. Foi apenas na terceira vez, quando nos aventuramos mais afundo e nos deparamos com uma estranha criatura, um wraith de fato. 

Descobrimos  ainda algo relevante após entender o que era aquela vil criatura e melhor, como controla-la, tudo que precisávamos era achar o maldito anel que ela tanto falava enquanto nos atacava. César a manteve em cheque no combate e Victor me deu cobertura quando voltei ao mundo dos vivos e peguei todos os anéis que tinham na maldita casa de penhores próxima à casa do kinfolk  por onde entramos no underworld  e em posse do mesmo e ameaçando destruí-los ela parou de nos atacar. A Aparição nos disse : “o que o olho bebe ele controla, sua força aumenta com cada alma/espirito, sua mácula perdura no mundo espiritual e lá nada resta, ele pertence ao nosso mundo mas alguém levou ao seu uma criatura como vocês mas que desce em círculos e corrompe aqueles que entre vocês não resiste ao brilho do poder”.

Com essas informações, portanto partimos, mas no Moot daquela noite não mencionamos nada. No dia seguinte apenas falamos com os alfas de outras duas Alcateias que nos apoiavam e investigavam por conta própria como nós, ao trocarmos informações protegidos pelo murmur rite, então sabíamos que nenhuma informação dali vazaria a não ser que entregada por um dos conspiradores.  Um dos Alfas dos packs não tinha nada de valor, mas o outro havia finalmente achado e matado um dos membros de uma pack de Dançarinos e trouxeram com eles as provas de que os mesmos estavam agindo na área, Em mãos das novas informações levamos ao Conselho de Anciões da Seita e diante das evidências Marcus não pode negar nosso pedido... “ele sabe” eu poderia ouvir aquele murmurar na brisa...

Retornamos então agora oficialmente as nossas investigações,  mas quando nos preparávamos ritualisticamente para sairmos do Caern um dos membros da pack de Marcus nos deu uma dica de que haveria uma transação num pequeno aeroporto particular e que uns fomori poderiam estar envolvidos pois era uma subsidiaria da pentex.  

Não poderíamos ignorar isso mesmo que pudesse ser alguma nova armação de Marcus e fomos até lá pela umbra. No entanto ao sairmos encontramos 3 Formori armados com prata até os dentes, parei suas armas usando meu gift e meus irmãos exterminaram dois em segundos, deixando o ultimo para interrogatório. A criatura ao ser detida começou a gargalhar insanamente se contorcendo de dor “já estávamos achando que vocês não apareceriam! Nos vemos em Malfeas, otários!” e explodiu numa fumaça virulenta e mal cheirosa. 

Dessa fumaça um lúgubre portal se abriu e um vento frio e purulento soprava vindo dele em nossa direção, logo uma luz amarela emanava de algum ponto que não conseguimos identificar e de repente uma criatura pisou para fora do portal. O ar se tornou gélido e a luz diminuía como se não fosse capaz de tocar aquilo por completo.  Mesmo para padrões de Dançarinos ela era medonha e enorme, porém completamente esquelética. O tal olho profetizado estava em seu cajado onde trechos da Litania Negra estavam gravados. O que senti na proximidade da criatura só pode ser descrito como o desespero de ‘se sentir morrer’ sem de fato morrer... 

De repente, como um flash,  o olho brilhou e a criatura não estava mais lá! Tudo que vi foi meu irmão do meio vomitando sangue e a Gran Klaive dos Viana de César ainda em sua mão atravessando o corpo de Victor! Nos olhos de do meu irmão mais velho vi a mesma cor da orbe maldita. 

Segurei-me para não entrar num Foxy Frensi ou qualquer outro surto pela insanidade dos fatos que aconteciam diante dos meus olhos! A noite ficou mais escura e senti que o espirito da noite agindo, aquele que ainda estava ligado a mim pelo pacto que fiz durante meu rito de passagem - Ele me escondeu de César que, frustrado e em um Frenesi da Wyrm, entrou na umbra e correu para longe. Me recobrando do choque e agindo sem pensar peguei a fang dagger de Victor e fui atrás do que quer que tenha possuído César. 

Achei sua trilha destrutiva pela umbra partira direto para o caern. Quando lá cheguei vi ainda da penumbra que César saltara para o mundo físico atacando e matando o alfa de uma das duas pack que conspirava conosco, depois o outro alfa  na sequencia. Sua força, que já era notável, estava nitidamente aumentada pelo olho profano.  Ele matou mais dez garou, entre os conspiradores e outros mais quando finalmente consegui sair.

 Gritei “PARE”, mas ele não me ouviu, então novamente a voz “você deve para-lo”. A morte era certa pra mim, nunca conseguiria vence-lo numa luta, mas eu corri em sua direção e quando o apunhalei, minha mão não era mais só minha mas também a de Mstslav Golovin,  nosso ancestral, que pela primeira vez se fundiu a mim e me ajudava contra meu próprio sangue. A0 mesmo tempo que golpeei três relâmpagos caíram dos céus, um direto contra César, um em mim -  juro que sua força entrando pela adaga até varar César ao meio  e outro me golpeando de volta a umbra e pra longe bem longe dali. Matei meu irmão e nunca mais voltei, nem nunca mais vi meu ancestral... Até agora.





quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Raça Pura – Um estudo



Raça Pura – Um estudo

É preciso dizer que este blog é sobre um jogo ficional, repudiamos qualquer expressão que tente afirmar superioridade étnica de qualquer forma que ela se apresente, especialmente as que se dizem mais “humoradas”, “inocentes” e “não-nocivas”. 



“ Obrigado por estarem presentes nessa Assembléia. Hoje resolvi aproveitar a presença dos nossos visitantes para discutir com vocês um tópico que será importante cada vez mais no futuro, a Raça Pura de nós Lobisomens. Como nosso costume, iniciarei falando já que fui o Mestre deste Rito e passarei o Osso da verdade para o proximo falar a minha direita, que o passará em diante:

 Muitos Garou são muito meticulosos sobre sua linhagem: recitar os nomes de seus maiores antepassados ao apresentarem a si mesmos . O mais nobres são "raça pura", considerando-se espécimes como obvios exemplares de sua herança tribal. Raças puras são impressionantes para os Garou não só por causa de seu pedigrees superiores, mas porque dezenas de gerações de antepassados optaram por se manter na mesma tribo. No mundo místico dos Garou é até possível que um lobisomem esteja ciente de seus espíritos ancestrais. Um lobisomem pode rejeitar essa idéia completamente, mas também é possível evocar essas lembranças, ou mesmo canalizar um antepassado de agir através de um jovem herói. É claro que com a aproximação do fim dos tempos, as Treze Tribos estão cada vez mais ansiosas em acolher jovens filhotes em seu meio, especialmente se eles tiverem uma linhagem tribal. Os AnciõesA mais tradicionais se queixam de que Ritos de Passagem estão longe de serem dificeis e rigorosos quanto foram no passado. Estas queixas não contestam o fato de que um rito de passagem é um teste esgotante da mente e do corpo e devem serem concluídos se um lobisomem deve ser levado a entrar em uma tribo. No final do rito, o cliath tem sigilo de sua tribo inscrito misticamente em seu corpo ou até tatuado fisicamente.  Resumindo, a associação tribal é uma escolha e uma honra, não um direito de nascença.

Para os Garou a Raça Pura representa sua linhagem, marcações, similaridades físicas e outras características de nascimento. Alguns lobisomens veneram um Garou com alta graduação em Raça Pura como um herói de outrora que ganhou vida – e esperam que esses lobisomens ajam de acordo. Quanto maior a sua Raça Pura, maior a probabilidade de você impressionar o Conselhos dos Anciões ou receber hospitalidade em tribos estrangeiras. A Rala Pura é reconhecida intrincicamente por todos os Garou ( até mesmo pelos solitários Ronin ou os repugnantes Dançarinos da Espiral Negra). 

Em verdade a Raça Pura é uma combinação nebulosa de linhagem e herança espiritual. Um Garou com Raça Pura alta parece e se comporta como um arquetípico de sua tribo - no entanto, se ele não aderir a essa tribo, qualquer benefícios de raça pura são removidos por totem da tribo que o adotou. Muitos lobisomens com Raça Pura pode traçar sua ascendência de antepassados diretamente, enquanto outros se assemelham a antepassados distantes que não pode ser ligado sem um grau de exatidão genealógica que os Garou perderam os registros.

Algumas tribos dão mais valor às boas criação do que outros, mas a raça pura é quase universalmente respeitada. É uma característica mística e lobisomens podem dizer instintivamente aqueles cujo o sangue é particularmente “puro”. É evidente que os Garou esperam os de sangue puro vivam de acordo com as normas estabelecidas pelos seus antepassados nobres. Eles desaprovam aqueles que não podem ou não querem aceitar o desafio.”
Dom Artur “Amigo-das-Tribos”



Hoje sobreviveram apenas sete das trezes Casas dos Presa de Prata, as outras foram perdidas durante os anos de trabalho e dedicação para assegurar o plano de Gaia nesse mundo.Cada Casa começou com um poderoso ancestral na Aurora dos Tempos. Levou muitos anos para que cada Casa se declarasse como tal, sob a liderança de um descendente de um dos 13 originais, algumas Casas, portanto são mais novas que outras, eu sou o Lorde da Morada Inespugnável, assim como Dom Artur-yuf.  Nossa Casa é mais velha que , por exemplo, a Casa dos Inimigos da Wyrm do Rei Albrecht, que é de fato jovem quando datada a partir de sua declaração formal e reconhecimento como uma Casa, mas sua linhagem real se estende há muitos anos, até os 13 Lobos da Tundra Pálida das Terras do Norte. Esses 13 eram os alfas centrais da nossa tribo há muito, muito tempo, aqueles a quem Luna deu seu Toque de Prata, mostrando aos outros Garou a procedencia da nossa hegemonia. Eram portanto os primeiros Garou ordenados como Aqueles Que Lideram.Cada Presa de Prata traça sua linhagem até um desses 13, formalizada através de sua Casa afiliada. Bem, claro que, é improvável que até mesmo nós sempre possamos traçar nossa linhagem por tantos anos. A participação da Casa do Rei Albrecht se tornou uma instituição política, mais fluída, do que originalmente decretado. É possível nos ultimos séculos um Presa de Prata abandonar sua participação na sua Casa de nascença e ser bem recebido em outra. Possível, mas raro. Nas épocas antigas das quais falo, as Casas mantinham mais seus laços sanguíneos do que hoje.

Rivalidades ferozes surgiram entre Casas, sobre qual era mais pura que as demais, sobre qual delas mantinha suas proles mais puras. Talvez mais do que qualquer outra razão, o êxodo dos Presas de Prata das Terras do Norte tenha se iniciado pelas Casas que buscavam se livrar umas das outras, buscando encontrar seus próprios territórios para governar, sem serem questionados por qualquer uma das Casas que mantinham domínio na Tundra Pálida.Foi apenas após o êxodo que a Casa da Lua Crescente atingiu sua grande proeminência. Eles não deixaram sua terra natal e enfrentaram quem quer que tenha ficado para controlar os locais de poder da região. Com o tempo, as divergências entre as Casas foram esquecidas, pois a distância e o tempo de fato curam a maioria das feridas. Muitos olharam para trás, para as Terras do Norte, como seu lar espiritual e alguns lamentaram que seus ancestrais a deixaram. Nessa luz, a Lua Crescente foi vista como o sólido estandarte, mantenedor das tradições. Ela, de fato, possui o mais velho dos caerns conhecidos e tinha acesso às lendas gravadas em suas muralhas.

Mas seu domínio sobre os rebanhos da humanidade era fraco. A Lua Crescente ainda mantinha as matas e tundras da Terra do Norte e governava seus Parentes humanos à distância. No resto do mundo, onde os humanos erguiam cidades e pequenos impérios, as outras Casas ganharam novas formas de proeminência.  Apesar dos Presas de Prata se acasalarem com as linhagens humanas reais, eles raramente eram, eles mesmo, governantes. Eles sabiam bem que tinham de permanecer desconhecidos e sem serem reconhecidos, pelo menos no que se tratava de suas identidades Garou. A maioria dos Presas não escolheu o sangue de reis, mas de duques, condes e outras nobrezas menores. Eles sabiam que, nas sociedades humanas, reis e imperadores raramente impunham seus decretos conforme suas vontades, e sim eram persuadidos por uma classe de nobreza inteira e oficiais da corte. Esses eram os Parentes escolhidos pelas Casas dos Presas de Prata. Vez ou outra, claro, a calamidade fazia com que um inesperado candidato se tornasse rei e às vezes isso resultava em um governo direto de um Parente ou até mesmo de um Presa de Prata. Mas, em sua maioria, os Presas mantinham-se nas linhagens menores e asseguravam o status quo onde podiam, representando os elementos mais conservadores nas sociedades humanas, sempre estridentes contra atos que estenderiam ainda mais o poder dos humanos sobre as matas.

Inevitavelmente, não o fizemos sozinhos. Outras forças trabalhavam para persuadir a liderança humana. Bem famosos eram os planos infinitos e grandiosos dos imortais Sanguessugas. Os identificávamos e os matávamos sempre que podíamos, mas sua influência era impregnante e invisível. Claro que, às vezes, até mesmo nossos Parentes mais próximos se tornavam seus peões, sem que soubéssemos. O fator que mais evitava nosso governo direto sobre os humanos era a natureza indireta do acasalamento. Uma criança humana raramente mostra-se um Garou.Muitas gerações podem passar até que um Garou nasça. As Casas deixaram suas linhagens finas ao mantê-las com a realeza, mas as estendeu o suficiente até as menores realezas para assegurar um quadro grande o suficiente de parceiros de procriação. Se nós gerássemos pirralhos humanos o suficiente, certamente um ou dois deles seriam Garou. Em alguns lugares, tivemos que nos curvar ao acasalamento com as classes médias-altas, até mesmo com artistas e mercadores, mas tentamos manter tais vergonhosos acasalamentos prósperos, para que sua prole pudesse, um dia, aspirar a nobreza. Algumas vezes eles levavam à pobreza e aqueles Presas de Prata infelizes o suficiente para nascerem em tais linhagens tão baixas não eram bem tratados pelo nosso povo. Bem recebidos e hospedados, sim, mas não com muita hospitalidade.

Cada Casa dos Presas de Prata costumava ter um espírito ancestral. Uma vez, há muito tempo atrás, ele foi o fundador, um dos 13 Lobos da Tundra Pálida. Eventualmente, como é o modo das coisas, esses espíritos retornaram até as profundezas da Umbra e atendiam cada vez menos chamados por seus conselhos. No lugar deles, grandes reis e rainhas das Casas respondiam às convocações. Mas sua sabedoria era diferente dos fundadores. Eles aconselhavam sobre assuntos mundanos, pois ainda estavam obcecados com seus próprios reinos e o legado que deixariam. Os 13 originais estavam intocados por essas preocupações, por isso aconselhavam com verdades eternas. Sem seus conselhamentos, nossa tribo se sentiu presa em poderosas armadilhas mundanas, privada cada vez mais da sabedoria dos espíritos, especialmente aqueles que não curvavam sua força e sabedoria em auxílio do governo de um rei.

Acredito que a falta dos 13 conselheiros foi o que piorou nossa queda até a loucura. Quando as Casas se espalharam para fora da Tundra Pálida pela primeira vez, foi uma coisa boa. Foi como se tivessem fugido da Lua Traída, pois fora muito, muito antes da loucura tomar conta de qualquer líder. Mas no fim, a sombra vingadora da Lua atingiu até aqui no “Novo Mundo”; não podíamos mais fugir da maldição.

Nossa fraqueza é nosso lado humano. Nós temos poucos lupinos para nos lembrar dos costumes do lobo. Uma vez que muitos de nós fomos criados como humanos, pensamos muito como humanos, não como Garou. Mas o poder de nossa tribo nos dias antigos era que nós, mais do que qualquer outra tribo, pensávamos como Garou. Nem humano, nem lobo, mas Garou. Os Filhos de Gaia são demasiadamente humanos, os Garras Vermelhas demasiadamente lobos. Éramos o equilíbrio perfeito, aqueles que governavam ambos, humanos e lobos. Uma mão com garras, a outra manuseando uma klaive.

Rezo para que possamos recuperar o que perdemos.Que nosso tempo de agonia na Rússia tenha arrancado de nossa pele a pretensão e tolice, nos deixando apenas o esqueleto branco da bravura. Talvez na Rússia, e com sua aliança, possamos novamente reclamar nosso direito de nascença: o divino direito Daqueles Que Lideram.

Nos dias antigos, qualquer Garou que se atrevesse a reproduzir com nossos Parentes era morto por tal afronta. Algumas vezes, o Parente que sofria a violação, querendo ou não, sabendo ou não, era esterilizado, assim ele ou ela nunca poderia gerar filhotes de uma linhagem que não fosse nobre. É de vital importância que mantenhamos e tracemos as linhagens nobres de nossos Parentes, seja homem ou lobo. Isso é mais fácil de fazer entre os humanos, pois eles também traçam suas linhagens, especialmente se tais linhagens os garantem lugares de poder e privilégio; para manter tal privilégio para as futuras gerações é necessário traçar as linhagens sanguíneas.Por que somos tão preocupados assim com a linhagem? Não seria um mero costume primitivo de um passado que reconhece excelência apenas na maquiagem física, ao invés da acuidade mental? Penso que não. Um olhar nas outras tribos e qualquer um pode perceber os resultados de se reproduzir com aqueles que não nasceram para as responsabilidades. Não é tanto uma questão de genética ou evolução, mas uma questão de classe e cultura. Apenas aqueles que nasceram para o poder podem manejá-lo. Certamente há exceções, mas eles são apenas isso. Várias das exceções se mostraram piores do que melhores.

Aqueles poucos que ascendem ao poder das classes mais baixas raramente têm o senso de noblesse oblige necessário para um grande líder. Eles, ao invés disso, são em demasia obcecados em se vingar daquelas classes mais altas que não distribuem livremente as recompensas que os patrícios recebiam por própria iniciativa. Eles acreditam que todos, não importando o quanto inútil ou preguiçoso, são merecedores dos espólios da vitória. Na verdade, essa é a filosofia de um rejeitado ou bode expiatório, amado por aqueles que não são fortes o suficiente para desafiarem sozinhos um alfa. A fraqueza na sociedade humana é que ela dá vozes aos seus bodes expiatórios, os mais baixos dentre eles. Só é preciso olhar para tribos como os Roedores de Ossos ou Uktena para ver os resultados de tal pensamento entre os Garou: miseráveis pedintes ou suspeitos dissimulados. Os com pouca ou nenhuma Raça Pura são os mais baixos entre nós, mas não se ressentem de nós, pois eles sabem que não fomos nós quem os colocou naquela situação. Eles receberam seus papéis há muito tempo atrás e agora precisam viver nele. Claro que nós lideramos a batalha contra a Wyrm e  eles nos ajudam: é do instinto deles ajudar seus superiores. O fato de que alguns tenham perdido esse instinto não é um argumento para nosso governo, mas sim um indício da incapacidade deles de se prender à tradição Totemos o exemplo de Richard IV do Caern da Cidade Nova que teve um grande destino dentro dos Andarilhos do Asfalto: A linhagem dele pode não ter sido traçada por sua tribo, mas acredito que você vai descobrir que não é impura. Que ele foi escolhido pelos espíritos para desfazer um grande erro cometido a eles há muito tempo, mostrando que a linhagem dele não era mestiça. Ele pode não possuir nenhuma das características raciais preferenciais dos rebanhos humanos de sua tribo, mas sua linhagem sanguínea não possui nenhuma degeneração óbvia Como vocês sabem é do nosso feitio manter nossos Parentes próximos e vigiar seus afazeres. Nós até escolhemos seus parceiros de acasalamento, para ter certeza de que apenas o melhor nasça de suas linhagens misturadas. Ah, eu vejo a careta de vocês. Eu sei que vocês odeiam essa prática e do mesmo modo muitos Parentes odeiam também, mas tanto quanto, senão mais, estão orgulhosos de seus papéis. Antes de começarmos outra discussão, vou falar de nossa linhagem de lupinos. Obviamente, não há o problema de classes entre os lobos, mas de raça: Nós escolhemos apenas alfas e betas. Qualquer lobo incapaz de emergir ao topo de sua matilha não é material para um Presa de Prata. Assim, suas proles serão fortes e merecedoras de nossa tribo caso se provem Garou. E quanto aos Impuros... Bem... Eles estão entre nós. Há pouco sentido negar isso. Eles são lembranças vergonhosas de que às vezes nem mesmo somos capazes de cumprir nossas leis. Não os aceitamos do mesmo modo que as outras tribos aceitam, mas também não viramos as costas para eles, afinal são sangue dos Presas de Prata e de ninguém mais. Damos a eles um lugar na seita, um que os mantém longe de nossos afazeres mundanos. Eles raramente emergem para tomar um lugar de destaque, embora eu saiba que alguns poucos servem como oficiais das cabanas. Talvez os impuros serão os soldados mais numerosos no Apocalipse e assim provem sua utilidade no fim. Por favor, eu não quero dar início a nenhuma outra discussão.”
Lorde Rubens “ Punhos  Cinzentos”  



“Nós Senhores das Sombras possuimos pouco interesse na linhagem de nossos companheiros e os Garou que as possuem e se valem muito disso ganham pouco status dentro da tribo. Tudo que importa a nós são a inteligência e a temeridade de nossos companheiros e os Garou que não exibem uma preponderância a ambos não podem contar com sua linhagem para ajudá-los na sociedade dos Senhores das Sombras. Senhores das Sombras com Raça Pura ainda são reconhecidos, mas isso não os ajuda muito a menos que eles usem isto juntamente com outras habilidades com louvor. Mas para aqueles que possuem ambos... a única palavra para eles é “impressionante”. Tomemos como exemplo nosso maior líder atual, Margrave Yuri Konietzko-Khya: Apesar de sua mãe na sua condiçãocomo Parente da Casa da Lua Crescente dos Presas de Prata duiluir o sangue de seu pai, um Senhor das Sombras grande renome na Alemanha que lembra os heróis outrora, ele de manteve seu sangue puro e mais proximo de sua paternidade, porém o que torna não é o seu pedigree abençoado pelos pilares da nossa Nação e isso ser visivel, mas sim suas ações que o definem uma Lenda Garou viva ainda maior que o seu proprio progenitor.”
Rugido das Tempestades



“Filhos de Gaia com Raça Pura de facto são notavelmente raros nestes dias modernos. A tribo tem se misturado com tantos grupos e adotando tantos filhotes de outras tribos que suas linhagens vêm de alguma forma diminuindo. Membros da tribo vindos de outra tribo podem ter visualmente algo parecido com Raça Pura — por exemplo, um Filho de linhagem dos Wendigo pode ter uma forte pelagem castanha e feições indiginas da América do Norte como Robert e isso não o faz menos Filho de Gaia do que eu. Contudo, é verdade o que Dom Artur afirma, Raça Pura mantém sua potência sobrenatural apenas com a linhagem tribal original do indivíduo, esses Filhos não podem convincentemente passar por membros com Raça Pura de outras tribos. Mas isso talvez seja a maior força dos aceitos pelo Unicórnio, a multiplicidade de etnias míticas. ”
Virgílio “Duas-Luas”




“Nós Fianna respeitamos o sangue dos heróis tanto quanto qualquer Garou e seu conhecimento das linhagens dos heróis rivaliza com o dos Presas de Prata. Isso não quer dizer que somos obcecados em controlá-las, como os Presas. Numa tribo grande e dispersa como a nossa Fianna, a Raça Pura será diluída.Ela não é nem mais nem menos comum que para as outras tribos. Alguns campos se preocupam um pouco com isso mais que os outros, que literalmente não estão nem ai. Por um acaso eu conheco e decorei minha ancestralidade e minhas ligações com os Tuatha De Fionn (um dos meus poucos hobbies conhecidos é pesquisar minha ligação com os Sidhe...), mas nem todos desse campo fazem o mesmo, talvez alguns dos Filhos de Dire e talvez alguns Netos de Fionn... Dentro do que um Lupus realmente vá se preocupar de que loba que cruzou com quem, imagino...”  
Samuel “ O Herbalista”



“ Definitivamente Raça Pura não necessariamente leva ao sucesso social entre as Fúrias Negras, como levaria em uma tribo como os Presas de Prata. Nem para Tribo como um todo, nem para seus Campos, talvez apenas as Anciãs do Templo de Artemis tenham preocupação em demsia com isso. Nossa Raça Pura se expressa pelo mundo hominio pela aparencia grega, em geral, mas aqui no Brasil temos alguns traços indiginas de acordo com a lenda das Amazonas daqui. ”
Giordana “Daninha”



“ Olha, peço desculpas de verdade aos senhores, eu fui iniciada por poucos membros de minha tribo e realmente ainda estou galgando contato com eles, só os meus anamae sabem o trabalho que estou tendo pra correr atrás deste tempo perdido, então confesso que tenho a contribuir bem pouco. Pelo que eu vi, entendi e o pouco que sei é que Garou com Raça Pura são raros entre nós Portadores da Luz. Mas mesmo quando isso acontece, parece que se faz pouco alarde, dado que nós não são muito propensos à tal pompa e circunstância. Quando um membro de Raça Pura da tribo  é encontrado, ele é recebido como uma bem-vinda exceção e pouco mais que isso. Eles podem receber tratamento preferencial de algumas maneiras, pelo que vi,  mas em geral a maioriade nós Portadores não irá automaticamente tratar com diferença membro com Raça Pura. É apenas uma característica incomum e não a marca do valor de alguém (apesar de ser importante notar que espíritos e Garou de outras tribos podem considerar este fator mais importante do que nós  próprios). Aqueles de nós que possuem isso tendem a nascer com uma forte intuição, poderosos em desenvolver seus Instinto Primitivo e resolver  Enigmas. Pelo que eu pude perceber os Portadores da Luz Interior com Raça Pura costumam também possuir características físicas daquele raro lobo negro tibetano. Seus pêlos são lisos, negros e seus olhos são diferencialmente verdes.  Já aqueles como eu que tem muito pouco Raça Pura tendem a ter uma aparência mais mestiça, malhada. Nossos pêlos pode ter várias cores entre o preto, mas no geral possuem uma mistura de pêlos cinza e branco. De tempos em tempos nósaté nascem com olhos de cores diferentes — um pode ser verde, característica do lobo de Raça Pura,  como é o meu caso,  enquanto o outro pode ser cinza ou azul... Conheco poucos Portadores de outros campos que não o meu, os Zéfiros, que somos conhecidos por nos misturar mais com outras tribos que os outros, talvez a Trilha Interior tenha algum respeito tanto pela nossa Raça Pura quanto pelas das outras tribos e certamente os Klaital Puk devem fazer registros pra ajudarem a achar a incarnação do primeiro Portador da Luz Interior mítico...”
Maria Jordana “Vento Solar”



“ Ih, mermão, vou te dizer uma coisa: A Raça Pura da minha tribo se foi há muito tempo;  nós Andarilhos do Asfalto nos acasalam por prazer (ou outros interesses) ao invés de nos acasalarem para preservar nossas linhagens. Dizem que os Andarilhos do Asfalto de Raça Pura eram altos e fortes, com pêlos negros lustrosos e olhos repletos de inteligência; nos dias de hoje, alguns Andarilhos ainda até possuem essa descrição, mas não possuem o poder de uma reconhecida linhagem pura para sustentar sua boa aparência. Ou no meu caso ótima aparência.




Eu convivi com Roedores de Ossos do Rio e de fora do Brasil abeça além de ser uma hacker de primeira, posso falar um pouco deles, mesmo que seja pra falar exatamente da ausência de Raça Pura da ninhada do Rato.  Afinal, eles não possuem ancestrais ou histórico em comum. Alguns acreditam fervorosamente que a tribo foi organizada em torno de uma série de “seitas carniceiras” no norte da África, permitindo que elas vagassem livres pelos protetorados em busca de comida. Se isso for verdade, todos os traços dessa herança comum há muito tempo foram erradicados. Ao invés disso, a tribo ampliou suas fileiras com os excluídos e os párias das outras tribos. Adotou os vagabundos, os párias e até mesmos os rejeitados das outras tribos dos Garou dificilmente representantes dignos de Raça Pura de outros clãs lobisomens. Mandei bem?”
Tangente Bruta



“Com licença, O Ômega da minha Alcatéia Genro-Caça-Caçadores está me passando o Osso para falar em seu nome, digamos que ele não se sente confortavel de falar em público. Por favor um minuto.

Bom, o que meu caçula pediu para dizer para vocês é muito simples: Os Crias de Fenris são muito conscientes da Raça Pura, tanto em sua própria tribo quanto nas outras. Mesmo que eles discordem violentamente de uma Fúria Negra de linhagem forte, eles a respeitarão pela sua Raça Pura. Alguns ousam dizer que seu respeito pelas linhas de sangue apropriadas é a única coisa que os mantém leais a nós Presas de Prata. Contudo, o Cria não confia na Raça Pura como uma medida efetiva do valor de um lobisomem. Como sempre, a força vêm primeiro. Como resultado, nos tempos modernos, muitos Crias de Fenris vêm de grupos étnicos muito distanciados das terras tribais da Escandinávia e Germânia, ou de linhagens de lobos muito diferentes.
O que mais Genro? Ah sim... Os Crias de Fenris com altos níveis de Raça Pura tendem a ser sombras menores de seu totem; pêlo cinza e com constituição física maior e mais forte que os lobos ao seu redor. Os Fenrir mais puros podem ter cabelos loiros, vermelhos ou escuros e seus traços são freqüentemente europeus. Pronto. Passe agora o Osso direto para a pessoa do lado, Gênro.“
Sacerdotiza Sofia “Amada pela Lua”




“Eu mereço, venho prestar favores e o senhor me coloca nessa situação, Dom Artur-Khya! Vamos lá: Raça Pura é relativamente rara entre nós Peregrinos Silenciosos, pois nós estivemos por muito tempo sido jogado aos ventos e expulsos de nossa “terra natal”. O sangue puro é especialmente valoroso para aqueles que procuram libertar ou encontrar nossos ancestrais Peregrinos — eles se preocupam em como seus ancestrais iriam nos reconhecer,  seus filhos, se a linhagem sanguínea não for preservada. 

Outros, como o Campo dos Desalojados, se preocupam mais em encontrar uma terra natal em qualquer lugar ou prestar a atenção no Apocalipse, e se importam pouco, quando se importam, com tais coisas. Está bom? Não? Aff! Bem, a semelhança com Anúbis, o guardião dos mortos, sabem? - Parecido com um chacal ou simplesmente um grande cão com orelhas levantadas? Pois é, mais precisamente viceversa, é a figura mítica que se parece com nossa Tribo, bom, enfim... Essa semelhança é mais forte naqueles com altos níveis de Raça Pura. Na forma Lupina eles são grandes e curvados, com fortes músculos se mostrando claramente por baixo de um curto, e bem tratado, pelagem negra. Alguns possuem uma pobre crina de pêlos descendo por trás do pescoço, mas eles não possuem o tufo de pêlos que protege o pescoço que faz de se render mostrando o pescoço uma atitude menos incômoda para outros Garou. Alguns Peregrinos aproveitam a vantagem do estilo egípcio de jóias peitorais para usar colares pesados para cobrir esta área vulnerável... Ops, ato falho! 

Bom, Em indivíduos que não são nem particularmente  fortes nem muito vigorosos, os ossos da costela podem ser claramente visíveis. Em Hispo, ombros e pernas se alongam — esta é uma forma de combate, não para correr em qualquer distância. O pescoço e as mandíbulas também se alargam para acomodar os dentes massivos e músculos que possibilitam a mordida mortal nesta forma. 

Em Crinos, os Peregrinos geralmente são maiores que os membros das outras tribos, mas enquanto seus ombros são retos e largos, o resto do corpo permanece leve (ou somente magro), constituído mais por graça do que poder. As formas Glabro e Hominídea são muito parecidos com os semitas e núbios, o tipo do corpo mantêm as tendências magras e curvadas da forma Lupina.

Com uma maior distância da raça pura, a forma Hominídea pode parecer com praticamente qualquer grupo étnico, como vocês podem ver, apesar de admitidamente a maioria dos Peregrinos descenderem dos povos Africanos e do Oriente Médio em algum ponto próximo. Um Peregrino loiro de olhos azuis ouvirá algumas piadinhas de seus colegas de tribo — algumas delas engraçadas, outras não. Os pêlos do Peregrino em formas peludas são mais crespos e longos o quanto menor for a sua Raça Pura. Um Peregrino sem Raça Pura para todos os critérios se parece com um simples lobo com uma pelagem preta ou um simples cinza escuro. Agora chega, fala você ai do lado. Até porque o osso está na sua mão já, indio bonitão.. Você tem cara de ser do signo de Katanka-Sonnak. Nada pra falar sobre isso? Então passa adiante... Você também não vai falar, Yuri? Devolve então pro Dom Artur logo, vai ...  
.Aicha “Mais-Rápida-que-a-Morte”