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terça-feira, 28 de outubro de 2014

A origem dos Fianna



Um ano atrás numa Assembléia na Seita da Reserva, o Osso é passado para um Fianna

Talvez vocês tenham ouvido alguns contos sobre como Gaia criou os Garou, mas esse não é o começo da minha história. Pensem numa noite de inverno lá no Norte Europeu, uma das muitas desde que homem e lobo se uniram em espírito. Numa floresta profunda, um jovem lobisomem uivou para a lua minguante; esse uivo fez com que a Mãe de Todos se compadecesse; um uivo de solidão pela sua alcatéia perdida; um uivo vigoroso que ecoava a angústia da existência que batia em seu peito. Mas havia alguém que caminhava naquela noite e que fora tragada por aquela doce canção. Ela derreteu o gelo de seu coração e trouxe lágrimas a seus olhos e uma flor azul celeste cresceu onde cada gota caiu. Ela ergueu sua cabeça e cantou sua própria canção; sua canção era de saudades pela beleza estonteante que ela observara; sua canção era de tristeza por saber da mortalidade dos Garou; sua canção era de alegria pela promessa na voz dele e por seu espírito único. 

Ele contemplou a observadora e seu coração se despedaçou com sua majestade, sua beleza estava muito além de todas as coisas que ele conhecera. As suas canções se ergueram juntas, unificadas e assim com sua beleza as estrelas ficaram mais brilhantes. Então ela tomou a forma lupina, assim eles correram juntos, perseguindo a lua e quando surgiu a manhã eles se uniram em suas formas humanas. Mas quando ele acordou, ela tinha sumido. Nove anos e nove dias se passaram antes que o Galliard colocasse seus olhos nela novamente. Ela trazia orgulhosamente gêmeos ao seu lado uma garota élfica de belos traços e um garoto de olhar selvagem no rosto. “Contemple os frutos de nossa união. Minha filha irá residir com meu povo nas terras que não conhecem a morte, mas eu lhe presenteio com seu filho. Que ele viva com seu povo e atice os fogos nos corações deles contra todos os invernos gelados que virão. Que o laço de sangue entre eles cresça forte nos anos que se seguem.” E então, Danu, mãe das primeiras fadas, as Tuatha de Dannan, levou sua filha Fionna pelo ar até sua morada Tir na nOg, deixando seu filho com seu próprio povo. Ele foi o primeiro dos nossos guardiões das canções, cuja voz envergonharia os rouxinóis e faria a esperança florescer na escuridão como rosas na neve. Ele foi o primeiro de nossa tribo.

E foi assim que me contaram. Tá, eu nãos sou Galliard e nem gosto de enfeitar as coisas com detalhes, essa balada é muito maior com passagens de tempos e referencias a outras epopéias, então vocês ficaram com a versão reduzida. E sim, claro que existiam fadas. Ainda existem, assim como lobisomens, se você souber onde encontrar. Elas são diferentes aqui no sul, mas partem do mesmo principio. É claro que eu já vi, ora, mas isso fica prum outro “ Moot”. Quem conta a próxima?


Quem contou essa história foi o falecido companheiro de Alcatéia Gangrena Verde de Yuri, o Forstern Theurge Hominideo Samuel “Herbalista” Cesar Grande. Samuel agora é um Ancestral do Caern bem como a Alfa da Pack , a Adren Fúria Negra Ragabash Giordana “Daninha” Mattos.




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Otto “Wandering Ghost” Haji


Otto em Homídio


Otto “Wandering Ghost” Haji - 
O Fantasma Errante (jogador Rafael Villanova)


O que a maioria sabe: Otto é um Peregrino Silencioso (Silent Strider) Hominídeo Adren (Posto 3), nascido no México, que chegou ao Rio de Janeiro há quase um ano. Ele é bastante educado, mas sempre se mantém distante. Reside no Rio comprido e trabalha dando aula em alguns cursos de inglês. Participa de um grupo de corridas que se reúne na Lagoa para treinar e faz diversas ações sociais pela cidade, principalmente dando comida para aqueles que precisam. Como Otto gosta de cozinhar e o faz com certa habilidade, começou a ter sucesso com os moradores de rua da cidade, o que gera certos problemas com grandes aglomerações de mendigos em determinados locais. 

Otto em Lupus


Na Umbra, Otto aparenta ser extremamente urbano, com roupas mais sociais, sapatos social, olhos vítreos e com veias que lembram rodovias.

No Caern, ele sempre é educado com todos os Parentes (Kinfolks), e está disposto a tirar dúvidas daqueles que lhe perguntam algo, mas não costuma participar de “small talk” em geral. Tem uma ligação muito forte com os espíritos, sempre lembrando a todos que um chigame nunca deve ser desrespeitado, e atuando como ponte entre os espíritos e os Garou (e humanos). 

Wandering Ghost


 

O que pouquissimos sabem: Otto na verdade é um Impuro, mas só os Garou sabem disso. Os Kinfolks que sabem não entendem isso muito bem, uma vez que Otto não apresenta nenhuma deformação visivel e até é agradável aos olhos. Apesar de ser relativamente novo, Otto fala diversos idiomas e é bastante viajado. Devido a sua Tribo, Otto tem uma ligação forte com os espíritos dos mortos e atua de forma intensa tentando ajudar esses andarilhos perdidos a encontrar a paz.


Lilian em Homídio








O que se pode descobrir após
longa investigação:  Otto foi chamado de “Embrujado” em seu Ritual de Passagem e seguiu como Cliath (Posto 1) até formar a AlcatéiaThreshold Troupe. Foi aí que ele passou para Forstern (Posto 2) e  ganhou o nome de Wandering Ghost. Sua Alcatéia era a união de um bando de “desajustados”, largados a periferia da sociedade Garou, reunidos por Dom Artur Alfa Presa de Prata da Seita da Reserva. Eles eram: Tarik “Breaker of Bones” - um Auhron Roedor de Ossos hominidio Adren (posto 3), Lilian “Lightining Storm” - Uma Ragabash Fianna Impura, Rogério “Contos de Gaia” - Um Andarilho do Asfalto Galliard Hominidio, Rain - uma filha de Gaia philodox lupus. Otto considerava todos como sua família, na verdade, a família que ele nunca teve, mas tinha uma relação muito próxima com Lilian. Otto perdeu seus companheiros em alguma missão no Hemisfério norte e desde então mora no Rio nunca falando sobre o assunto, especialmente nunca falando sobre Lilian.

Lilian em Lupus

A mãe de Otto fora uma Uktena Hominidia Forstern (Posto 2) chamada Claire, conhecida como “The Fire Dancer”. Ela era vinha de Parentes descendiam dos astecas. Essa Uktena, tomada pela vergonha de ser mãe de um Impuro, se sacrificou em um combate ritual contra uma criatura da Wyrm conhecida como “Devoradora de Sonhos”. Com a destruição da criatura, Claire recuperou sua honra, mesmo que após a morte, se tornando postumamente uma Adren (Posto 3). Otto nunca soube quem é seu pai.
Adren Claire The Fire Dancer



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Explorando a Ambientação



 
Explorando a Ambientação: Diário de viagem

Apresentação

Meu nome é “Déia Destroça-Osso” e eu fui convidada a contar-lhes histórias de minhas viagens. A Mãe do Covil (Denmother) de vocês acha que expor pontos de vistas de alguns Garou mais velhos e muito viajados será bom pra vossa eduação. Apesar de eu não ser a mais velha, sou a mais globalizada de nossa seita, por isso se segurem pois a viagem já vai começar. Sentem-se pois eu vou lhes dizer tudo que há pra saber sobre como lutar contra a Wyrm. Acredito que todos aqui já ouviram falar da história da Tríade, então eu não vou encher o saco de vocês sobre isso.
Vocês estão se perguntando o que caralho a  Wyrm tem a ver com viagens? Eu procuro e investigo rumores do controle da Wyrm onde quer que eles acontecam em todo mundo. Meu dever na vida é buscar a Wyrm onde quer que ela se esconda e destruí-la. Eu sou uma das campeães de Gaia, sua guerreira escolhida, uma Ahroun. Se você nasceu sob uma lua cheia, vai entender melhor o que estou dizendo.
Deixe-me contar-lhes sobre o Rio de Janeiro de uns 14 anos atrás

 Braços abertos sobre a Guanabara

A coisa mais insidiosa sobre a Wyrm no Rio de Janeiro é a facilidade com que os seres humanos caem perante seu poder corruptor.
Claro, há a poluição dos hoje 6,5 milhões ou mais residentes e há uma considerável infra-estrutura de mante-la, mas a quantidade de dinheiro e poder percorrendo a cidade é uma influência sutil que é difícil de combater. Fações criminosas, mafias paramilitares, cultos religiosos e alianças escusas inteiras subiram por ganância, o desejo e o privilégio. Alguns acham que esses grupos se dizem leais somente da boca para fora a Wyrm não tem idéia do quão forte é  a sua influencia sobre eles. Outros são malucos em grande escala e acham que a Wyrm dá-lhes poder e intencionalmente espalha sua força corruptora entre eles. As corporações empreiteiras que fazem acordos internos, os banqueiros corruptos aceitando milhões em ajuda dos governos locais, os políticos e os líderes da cidade que encorajam uma divisão enorme entre os ricos e os pobres, os enlouquecidos espancadores de mulheres e os molestadores de criança protegidos pela sociedade de retribuição são todos contaminados pela Wyrm. A cidade está inundada com suas sujeiras e lidar com ela é uma tarefa constantemente desagradável. E ainda alguns grupos especificos estão ficando cada vez mais articulados em lidar com todo esse lixo fisico e moral. 

Meu novo Parceiro de Alcatéia, o Andarilho do Asfalto chamado Jonathan disse que tinha um teste para mim. Ele estava indo para casa no Rio por uma semana e queria que eu fosse com ele para seguir a orientação de sua seita em lidar com algumas questões. Nunca recusei um bom desafio, então concordei, claro que eu poderia mostrar-lhe que arrancar a cabeça da Wyrm de cara nunca é uma opção equivocada, mas tudo bem.
Como vocês sabem, se para nós o territorio nacional já é uma dificuldade por conta dos Fera, dos Cadáveres etc. O Rio enfrenta o dobro dos nossos problemas a algumas decadas, seus poucos Caern foram caindo como moscas depois de levarem um golpe de raquete elétrica e os poucos que ainda sobravam eram grupos esparços e extremamente xenófobos entre si, contando demais com os Parentes para fazerem o serviço de proteção. Nessa época um caern dos Roedores de Ossos tinha acabado de cair e apenas duas seitas resistiam, a do Presa de Prata Dom Artur, o Desgraçado e a que o Jonathan fazia parte antes de entrar pra nossa Alcatéia.
Ele me levou até os poucos Andarilhos do Asfalto do Rio e disse a eles que eu estava lá como uma estudante para ajuda-los. A seita, apesar de só contar com 5 Garou e uma porrada de Parentes, foi bem aconchegante, especialmente se você levar em consideração minha heritiriedade Cria de Fenris. Eles estavam ilhados e segurando as pontas do Caern sozinhos e não podiam se dar ao luxo de sair por ai resolvendo problemas, deixando sua seita desprotegida. Recebemos imediatamente a tarefa de descobrir algumas informações sobre um problema em curso que tinha a ver com os Parentes dos Andarilhos. Apesar de não ser a Wyrm em si, fui obrigada a concordar que Jonathan tinha me levado a uma missão bem interessante.
A Seita estava preocupada com a morte de dois Parentes. O primeiro morreu no ano anterior. O timo do Parente tinha sido removido  quando criança para curar sua miastenia gravis, uma doença auto-imune rara. Depois de lutar toda a sua vida com um sistema imunológico fraco, ele morreu com vinte e três anos de
gripe. Enquanto isso não era completamente estranho, um outro jovem
Parente no início da adolescência foi diagnosticado há quatro meses
com miastenia grave e morreu pouco depois de seu timo ter sido removido cirurgicamente. O menino havia mostrado sinais de que iria passar pela mudança e os Garou haviam planejado traze-lo um pouco antes de morrer. Duas semanas atrás, outra Parente, mostrando novamente sinais da mudança que estava prestes a

acontecer também foi diagnosticada com a doença auto-imune.
O médico disse a seus pais que o único curso de ação seria retirar o timo, mas os Andarilhos ficaram preocupados que ela morreria como o menino anterior. Os Garou então planejavam sequestrá-la antes que passase por uma cirurgia, mas eles precisavam determinar a causa subjacente desta doença e tentar evitar que mais Parentes a contraísem-la.
Jonathan me apresentou então à internet. Apesar de na época eu ser uma sulamericana moderna, antes de invenção do Smartphone, ter um computador lá em casa e na estrada já ter ido numa lanhouse olhar a rede social da moda (não era o Facebook ainda), não tinha idéia de quanta informação já era facilmente disponível na Rede. Antes eu sempre deixava essa parte toda com o Jonathan.
Ele hackeou um sinal wi-fi e se conectou no seu notebook e  isso abriu meus olhos para ver que grande recurso aquilo é e olha que hoje está bem melhor, mas já era impressionante. Gostaria de salientar que uma boa investigação é importante para o planejamento, mesmo se o seu plano é  só ir lá e descer a porrada. Sugeri olhar as informações de antecedentes ou exposição ambiental para algo que poderia ter causado a doença. Jonathan me disse que precisávamos entender melhor o grande cenário antes. E sua idéia de grande cenário era a demografia da cidade. O Rio teve a maior taxa de diagnóstico de miastenia gravis no país. Alguns dos melhores cirurgiões timectomistas trabalharam na cidade e as pessoas vieram de vários estados longíncuos para vê-los. O Rio é uma cidade grande e até então eu não estava convencida que esta era a questão. A maioria dos pacientes diagnosticados com a doença estão nos seus trinta ou quarenta anos e no entando aqueles diagnosticados no Rio tinham entre seis e treze anos. Eu tinha certeza de que alguma tipo de influência ambiental causara a doença nessas crianças. Jonathan não estava convencido  então olhamos na Rede para os médicos e os pacientes. Quando ele invadiu um sistema hospitalar para dar uma olhada, não conseguiu encontrar qualquer um dos prontuários. Eles haviam sido excluídos ou estavam sob ainda mais segurança que ele não conseguia quebrar.
Eu decidi que deviamos fazer uma visita aos médicos, começando com aqueles que fizeram o tratamento da jovem Parente. Apesar de Jonathan
queixar-se que isto era exatamente o que ele estava tentando evitar e tentava me convencer do contrário, disse a ele que era apenas uma missão de coletar informação. Jonathan veio junto, mas não estava nada feliz. Quando chegamos ao hospital,  não fazia a menor idéia de como encontrá-los. A maioria dos médicos tem escritórios, mas eu não sabia como achar um cirurgião.
Eu perguntei pelo Dr. Cerqueira e a mulher rechuchuda da recepção
disse-me que ele não tinha nenhum compromisso hoje. Quando pedi para ela me dizer onde seu escritório era, a enfermeira só  ficou olhando para minha cara. Jonathan teve que intervir e persuadi-la com seus galanteios a dar-nos as informações.
Subimos até o nono andar e fomos recebidos por uma outra enfermeira atrás de um balcão. Passar por ela foi até mais fácil do que a da recepção. Acabei entrando naquele escritório como se eu fosse o dono dali e ninguém me parou. Abri a porta e dei de cara um cara magro e mirrado nos seus meados dos cinquenta anos, com uma careca brilhando cercado de cabelos grisalhos. Embora o hospital inteiro cheirasse asséptico e limpo, seu escritório cheirava a fumaça de charuto e canela. Eu tinha certeza de que deveria haver alguma regulamentação proibindo fumar em hospitais. 


Dr. Cerqueira parecia assustado ao ver Jonathan e eu invandindo em seu escritório e permaneceu surpreso. "Quem são vocês? Como  entraram aqui? " 
 "Meu nome é Déia e eu simplesmente entrei. Seus enfermeiros
não são muito bons porteiros e seguranças. Temos algumas perguntas se você tiver um tempo pra nos responder. " Disse a ele enquanto puxaca uma cadeira em frente a sua mesa e sentei-me.
Jonathan sentou-se na outra cadeira e parecia que o Dr. Cerqueira era bem educado pois sentou-se na sua também. "Que tipo de perguntas?"
"Vamos começar com miastenia gravis. Como é que você faz o diagnóstico de uma doença dessa natureza? "Eu mantive o meu tom casual. "Você está medo de poder ter contraida essa doença?" Ele disse. "Não, mas acho que a minha prima mais nova pode ter, sim." Achei que uma pequena mentira não poderia machucar ninguem nesse caso. Seus olhos brilharam por um momento, tão breve que imagino que os de Jonathan  e os meus reagiram da mesma forma. "Ah, que coisa horrível. Você teria que trazê-la para um diagnóstico mais adequado. " Ele parecia quase um mestre em esconder suas emoções. "Você estaria um pouco animado demais com a perspectiva de um novo paciente?" Eu não ia bancar a boazinha com esse cara. Ele estava claramente fazendo algo de errado e eu estava indo para obter o fundo dessa história. Levantei-me e avancei em sua mesa, inclinando-me agarrando sua camisa. Puxei-o para mim e rosnei na cara dele, "O que você está fazendo com as crianças?”  Ele gaguejou, "O quê? Quem te mandou? Foi o Delegado Ataíde ? Você pode dizer a ele que eu não fiz nada com eles, se a sua última encomenda foi ruim era porque ele estava me apressando." Isso foi completamente inesperado.
Jonathan chamou minha atenção e eu pude ver que ele estava
tão surpreso quanto eu estava. "Sim, Foi o Delegado Ataíde  que nos enviou. Que foi, você acha que nós não notariamos? "Jonathan entrou na conversa com uma voz  levemente rouca, apenas  alguem muito perceptivo captaria seu nervosismo. 

"Eu vou dizer o que eu disse a ele, não havia nada a ser feito sobre o gosto. Eu tenho que cultivar por semanas para obter o sabor especifico e apressando-me não consigo produzir isso direito. Sem mencionar todos os registros que tenho que passar para apenas a conseguir tirar a coisa pra fora daqui. "Ele vestiu a camisa frente, tentando soltar-se da minha mão, com uma indignação brigado contra o medo em seu rosto. 
Segurei mais forte,  sacudi-o uma vez e sibilei. "Então você não fez nada nas crianças? ". Eu não esava brincando. O que quer que esse cara estava fazendo era muito errado. "O quê? Não, eu não fiz nada que mudaria o sabor. Claro, eu dei-lhes tratamentos assim como os outros, mas isso é necessário para o diagnóstico. "O medo aumentou tão fortemente que eu poderia sentir o cheiro dele flutuando no ar. "Os tratamentos?"  toda a farsa de calma que  Jonathan foi completamente destruída quando ele gritou aquilo.

Os olhos do Dr. Cerqueia passaram a nos olhar alternadamente, "Espere ai, quem são vocês?" Ele começou a primeiro resmungar e depois a gritar e foi tudo pra casa do caralho. Uma enfermeira correu para o escritório e me viu agitando o médico que continuava gritando. Ela começou a gritar e correu porta a fora do escritório. Logo dois enfermeiros correram pra dentro e tentaram me tirar de cima dele mas eu resisti por um momento até que Jonathan gritou para deixá-lo ir. A essa altura os carras estavam usando força bruta para tentar remover-me e eu pude perceber que eles estavam começando a ficar ansiosos em torno de mim. Eufinalmente larguei o médico e corri para a porta em carga. Dei de cara com um  guarda da segurança que chegara na porta do escritório e caimos juntos no chão. Um outro guarda agarrou meus braços e colocou-os em uma presilha de plástico fino pra atrás das minhas costas. Um simples olhar de Jonathan me disse que eu não deveria quebrar a parada já que pessoas normais não podem fazer isso e eu poderia rasgar o Véu ao faê-lo. 
 Deixei os guardas me segurarem  até que a polícia chegou e, depois, fizemos uma feliz viagem até uma delegacia da cidade. 
Jonathan não foi preso, já que ele não estava sendo violento e inventou uma desculpa de que eu era uma doente mental que saiu de seu controle. De alguma forma ele tinha documentações para mostrar-lhes e me deixaram em liberdade sob fiança. Quando eu estava saindo, notei uma placa na parede em que se lia "Roberto Atíde, Delegado da Policia Legal do Rio". Eu apontei discretamente para Jonathan, que arregalou os olhos. Levamos nossa nova informação para a seita e eles foram capazes de ajudar-nos a juntar mais algumas outras informações.
O Delegado Atíde foi um membro de um grupo de homens no Rio conhecido por alguns atos de corrupção e possívelmente de lidar com a Wyrm. Ele tinha associações suspeitas com uma Sociedade Secreta cujas fileiras foram preenchidas com alguns dos membros mais vis e corruptos dos setores políticos e econômicos da cidade. Com base em nossa perturbadora conversa com o Dr. Cerqueia, montamo uma sombria história de médicos da cidade a remoção da glândula timal infantil para depois ser comida. Definitivamente devorada pelo próprio Delegado Ataíde mas também bastante possivemente por outros associados dele.
Sentindo-me um pouco enjoada, sugeri matá-los todos em retribuição por seus crimes hediondos contra Gaia. Este pedido foi imediatamente abatido e Jonathan me lembrava da minha viagem até a delegacia. Estes homens estavam no controle da cidade e um ataque direto a eles era certo que traria problemas para os poucos Garou urbanos. Então, em vez disso, eu deixei Jonathan me levar através de um plano mais sutil de expor sua quadrilha de mercado negro à público e assim destrui-la. Parecia um bom plano e logo tudo estaria exposto na mídia e rapidamente seria resolvido; Fomos até a mãe da jovem e contamos-lhe a situação. Ela ficou cética no início, mas mostramos que os arquivos médicos foram apagados e lhe dissemos ainda que o tratamento que o médico estava dando fez sua filha ficar pior. Ela interrompeu a medicação por uma semana e logo a menina estava começando a agir e parecer mais saudável. Isso foi a única prova que ela precisava. Levou então a história para as outras duas famílias cujos filhos tinham morrido e eles compararam anotações. Em seguida, as três famílias levaram a história para um repórter, recomendado por Jonathan, que fez uma pequena matéria sobre ela. Uma repórter noticiário da noite que era na verdade também uma Parentes dos Andarilhos do Asfalto conseguiu passar a pauta pelo seu editor. Suas estagiárias descobriram a estranha desconexão entre as idades de diagnóstico no Rio em relação ao resto do Brasil. Conseguimos evitar que tentassem apagar a história, o que só fez a repórter ficar mais ávida para conta-la em rede nacional. Depois disso a informação se espalhou e famílias de crianças mal-diagnosticadas avançaram em massa para exigir justiça. Alguns pagamentos foram feitos e muito dinheiro foi despejado em uma campanha de relações públicas para muitos dos homens envolvidos, mas os cirurgiões levaram a culpa e toda operação foi destroçada.

De fato, o plano era tão simples e elegante que eu não tenhia certeza se eu poderia realmente chamá-lo de um plano. Não foi preciso mais de um mês, mas com um toque aqui e ali, a reação em cascata foi notável. Eu não cheguei a ir lá matar os filhas da puta, mas pude assistir como uma indignada comunidade pediu a demissão e acusações de alguns homens bastantes corruptos do poder metropolitano. Festejamos, ganhamos renome e ficamos felizes. No fim das contas eu acreditei  que nunca teria sabido o que estava acontecendo de verdade se eu não tivesse convencido o Jonathan de ir lá falar com o médico. Ir lá foi o primeiro passo do melhor caminho. E o melhor caminho parecia ter sido esse que não causasse tanto dano colateral. Ficamos mais uns meses até que fomos destacados a ir para a Guerra da Amazônia desarticular uma ninhada de Dançarinos que estavam se multiplicando por lá (contarei essa viagem em outro momento).

Ao que ouvi falar a tal Sociedade começou letamente a retalhar de volta.

Primeiro a Reporter televisiva foi envolvida num escandalo qualquer e despedida da sua emissora. O outro reporter foi substituido por um mais jovem e relocado para escrever reportagens pagas sobre estilo de vida para vender produtos de consumo. As famlias foram aos poucos todas sofrendo processos, sendo relocadas ou sofrendo com dividas e outros azares. O Caern foi lentissimamente desmantelado, diversos parentes e  4 dos 5 Garou foram mortos, um foi forçado a dançar a espiral, pelo que ouvi . Depois que voltamos vitoriosos de nossa longa campanha na Floresta ficamos sabendo de tudo que aconteceu pr lá. Jonathan entrou em Hanaro quando soube de tudo que aconteceu e até agora ainda não conseguiu se recuperar...  Enquanto ainda existam os Fera, que apenar não terem o mesmo compromisso e empenho em derrotar a Wyrm mas quando o querem são bem eficientes, não vejo futuro para a Nação Garou agora que somente um Caern tenta ser irredutivel à Corruptora da Triade. Eu sigo inconformada, mas continuo lutando com firmeza e usando a tática da investigação e planejamento junto com minhas garras e mordidas contra o inimigo.
Ok, é isso por hoje. Eu acho que vocês agora tem uma melhor
compreenção das muitas formas de como a Wyrm trabalha, não? Há mais, mas vão ter que esperar a próxima história. Acho que já falei o suficiente para uma noite.



Déia vem de uma família de Parentes de Crias de Fenris do sul do pais. Quando tinha dez anos foi apresentada à Nação Garou e foi inundada com os ensinamentos de um povo  que ela não tinha nada em comum. Experimentou sua primeira mudança quando tinha doze anos e passou os próximos seis anos vivendo e aprendendo com sua tribo. Ela foi criada no  modo tradicional dos Fenrir, com aulas sangrentas e  experiências de quase-morte. Ela sempre foi forte e isso só serviu para dar-lhe bastante disciplina. Como uma Ahroun, ela era propensa à violência e sua tribo direcionou sua Fúria contra a Wyrm. Depois de seu breve tempo no Rio e longo tempo na Amazônia, erradicar e matar aWyrm virou mais do que um objetivo, tourno-se um dever. Ela sempre foi uma líder natural e sua convicção convoca guerreiros para o seu lado como mariposas para a luz. Déia continua destroçando ossos de várias criaturas da Wyrm porém nunca mais voltou ao Rio de Janeiro .